SÓ DE SACANAGEM
Elisa Lucinda
Elisa Lucinda
Meu coração está aos pulsos.
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro, que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz.
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
“Não roubarás, devolva o lápis do coleguinha, esse apontador não é seu, minha filha”.
Ao invés disso tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habbeas courpus preventivo coisa que nunca tinha visto falar e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste.
Esse é o tipo de beneficio que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear:
Mais honesta ainda eu vou ficar.
Só de sacanagem.
Dirão: deixa de ser boba. Desde Cabral que aqui todo mundo rouba.
Eu vou dizer: não importa.
Será esse meu carnaval.
Vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
Dirão: é inútil, todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal.
E eu direi: não admito.
Minha esperança é imortal.
E eu repto: ouviram? Imortal.
Sei que não dá pra mudar o começo.
Mas se a gente quiser,
Vai dar pra mudar o final.
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro, que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz.
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
“Não roubarás, devolva o lápis do coleguinha, esse apontador não é seu, minha filha”.
Ao invés disso tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habbeas courpus preventivo coisa que nunca tinha visto falar e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste.
Esse é o tipo de beneficio que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear:
Mais honesta ainda eu vou ficar.
Só de sacanagem.
Dirão: deixa de ser boba. Desde Cabral que aqui todo mundo rouba.
Eu vou dizer: não importa.
Será esse meu carnaval.
Vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
Dirão: é inútil, todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal.
E eu direi: não admito.
Minha esperança é imortal.
E eu repto: ouviram? Imortal.
Sei que não dá pra mudar o começo.
Mas se a gente quiser,
Vai dar pra mudar o final.
CHEGA DE CORRUPÇÃO...
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