30 ANOS DE ALEGRIAS E LUTAS
A PASTORAL DA JUVENTUDE EM FESTA
P. Hilário Dick
Celebrar 30 anos de uma pessoa ou de uma instituição
é olhar para trás
com gosto de futuro.
O passado não é passado; é alimento na caminhada.
É saber ver as turbulências que havia nos inícios de 80
encontrando jovens reunidos em Santa Maria
sonhando alto,
sonhando uma caminhada em mutirão.
Aconteceram tantas coisas,
Mas é preciso começar pelos grupos que começaram a fervilhar juntos...
O Planalto nunca se esquecerá do “não é preciso ser doutor...”
O Sul sempre se lembrará do entusiasmo que o movia,
O Leste enfrentando as manobras mais de perto,
juntando forças que vinham do Centro.
A memória dos nomes não é tudo, mas eles não deixam de encarnar o sonho
e, por isso, não cabem num hino e nem de livro que se queira escrever.
Um dia ergueremos um monumento para estes/as ilustres que,
talvez, sem desconfiar, fizeram a história andar.
A gente sempre se lembra mais dos dias em que o sonho se encarnou em multidões:
1984 em Passo Fundo.
Quase 10 anos depois, novamente em Passo Fundo,
Com as bandeiras vindas de todo os cantos.
Mas tudo seria muito pequeno se não houvesse multidões menores
Reunindo-se em Frederico Westphalen, em Santo Ângelo, marchando e cantando utopias
vicejando nos corações juvenis.
Seríamos injustos não recordando tudo que aconteceu
em Rio Grande, Pelotas (Canguçu), Bagé
enfrentando culturas lindas, por vezes difíceis de decifrar.
Tudo que aconteceu em Novo Hamburgo (Canela e São Leopoldo), em Vacaria
E na bonita Terra das Missões e na gostosa Santa Cruz do Sul,
Qual seria o obtuso que esqueceria
o povo daquela terra rindo com a juventude que se reunia
para celebrar o Reino acontecendo?
Quem não se lembra das “tendas” entupidas de jovens, em Santa Cruz do Sul?
Coisa mais linda o povo daquela terra não havia visto...
E se fôssemos para Erexim, pipocando de juventude, de idealismo e de lideranças
comprometidas com a terra?
Cruz Alta, sempre terra de valentes e de jovens dando a vida
por um mundo sempre mais justo – quem se olvidaria?
E se fôssemos para Caxias, vendo as multidões juvenis
caminhando em peregrinação para o santuário de Caravaggio,
guiadas pela Mãe,
movidas por canções que vinham do fundo da alegria da utopia acontecendo?
Tanta coisa em 30 anos!
Jovens liberados, escolhidos pelos grupos, não esquecendo nenhum grupo de jovens
nos lugares mais escondidos das dioceses.
Quem haverá de cantar tudo isso, algum dia?
Porto Alegre acolhendo os que vinham pensar juntos, o sonho...
Não faltava gás nem para Uruguaiana enfrentar a distância enorme
de sua diocese e de todo o regional.
E não era só a gurizada; eram cuidantes chamados/as de assessores/as
Hasteando as mesmas bandeiras de luta da meninada;
Eram pastores olhando sorridentes vendo uma Igreja de rosto jovem acontecendo;
eram “casas de sonhos” (Institutos, Centros etc.) acolhendo inquietações
e ajudando a construir soluções.
Quanta coisa se escreveu!
Quanta coisa se cantou!
Quanta coisa se soube contar!
Todos se lembram do encontrão de Santa Maria que nem a chuva conseguiu segurar.
Num campo empapado por água, a juventude foi capaz de gritar que
“No coração da juventude mora um coração missionário”.
Mesmo quando as batalhas ficaram mais duras,
com lideranças de coração doído pelos cenários que se apresentavam,
quem alimentava o caminho era a vontade de construir o futuro
e a história que já fomos capazes de construir:
Meninos e meninas! É a epopéia do êxodo da dominação e da dependência
marchando para o protagonismo juvenil e a autonomia.
Sim! Estas coisas não morrem no coração de quem ouviu o Mestre dizer
“Guri, menina, levanta-te e anda,
Seja sujeito da história!”
30 anos de História
são vidas a serem plantadas,
são sonhos a serem distribuídos,
são alimento para quem sabe querer mais coletividade
mais participação
menos ordens a serem cumpridas
e mais vontade de ir para águas mais profundas
onde mora uma juventude que desconfia e sabe
que ela é uma coisa de Deus.
Texto: P. Hilário Dick - (Amante e Amado pela Juventude)
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