Texto: Pe Evaristo Debiasi
Publicado em: Revista Brasil Cristão. Edição: Agosto de 2011. Pág: 20
“Quando não formos capazes de viver bem conforme pensamos, acabamos pensando conforme vivemos”. Diante deste modo de pensar a vida tudo pode se tornar justificável e lícito. Quando se perde o horizonte dos valores, do bom senso e do sentido da vida, chega-se a admitir o próprio erro como caminho certo. Nada mais destrutivo para nossa vida do que uma visão distorcida dos princípios e dos valores humanos que governam a vida em sociedade.
O preço de conclusões irrefletidas ou mesmo não científicas e aéticas, podem nos levar à morte, comprometendo seriamente o futuro sadio das novas gerações.
Refiro-me aqui à “campanha sobre a liberação do uso da maconha”, infelizmente defendida por não poucos responsáveis de nossa pátria, que deveriam zelar pela nossa juventude e sociedade. Não deixa de se apresentar como contraditória a campanha a favor do uso da maconha, já que tudo se faz para mostrar os malefícios do cigarro. Todos que trabalham com os usuários de drogas sabem que a maconha é uma das portas de entrada para uso de drogas mais pesadas.
Nenhuma droga é “inocente”, mesmo que seja menos prejudicial que outras. Dizer que a maconha não é droga prejudicial é ignorar as conquistas da ciência e da experiência humana sobre o assunto. Perguntem para os usuários de drogas mais pesadas qual foi a porta de entrada para esse mundo. Vocês verão que a maconha foi o primeiro passo. Perguntem ao Dr. Nahas, um dos maiores estudiosos dos USA sobre o uso destrutivo e perverso da maconha. Perguntem ao Dr. Elias Murad, cientista brasileiro, assessor da ONU no campo das drogas. Perguntem ao Dr. Ulivestein, um dos donos e grande pesquisador da clínica de Marmotan, de Paris. Perguntem aos especialistas dos países que liberaram a maconha, como alguns estados dos USA, a Holanda, a Suíça, e vejam suas respostas. Impressiona-me a superficialidade com que médicos e pessoas se dizem entendidas no assunto falam sobre o uso da maconha, como se ela não fosse uma droga com sérios maléficos para a saúde física, psíquica e social.
Quem me perdoem os que defendem o uso da maconha, mas eles ignoram os seus maléficos, ou desconhecem as informações dos estudiosos sobre o assunto, ou pior ainda, podem ter interesses no us pessoal e econômico da droga. Não é liberando os vícios que salvaremos as pessoas e construiremos uma sociedade sadia. Nem os remédios comuns, necessários à saúde humana, são liberados facilmente, sem testes rigorosos. Como, então, liberar o uso da maconha? É uma insensatez. Espero que o bom senso e o discernimento prevaleçam sobre a superficialidade das decisões.
O caminho a ser tomado pelos legisladores, autoridades, professores, comunidades, igrejas e os pais é o caminho da oferta de verdadeiros valores da vida humana, restituindo a razão de ser, para que as novas gerações se encontrem com seus sonhos e justas aspirações. Sem esta postura de vida jamais construiremos um futuro sadio para a vida humana, para nossas famílias, para a boa convivência social, como para a própria humanidade.
Toda droga é como uma virose que cresce numa sociedade rica em meios, mas pobre pela ausência dos verdadeiros valores da vida. Quando falta o “porquê” e o “para que” na vida humana, isto é, o sentido maior da existência, as autogratificações e interesses pessoais e coletivos se tornam o fim do tudo.
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