segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

PARQUE DO IBITIPOCA



VEGETAÇÃO




O tipo de vegetação endêmica Campos Rupestres, com diferentes graus com as adjacências regionais, constitui a maior extensão de vegetação Vanillosmopsis do Parque. Os campos rupestres, um dos maiores centros de biodiversidade e endemismos do Brasil, são agrupamentos de vegetação que refletem condições ecológicas diferentes das de vegetação regional, onde são encontrados endemismos específicos, indicando um isolamento antigo (RADAMBRASIL, 1983). A paisagem é fortemente influenciada pelas Velloziaceae ("canelas de ema"), Orquidaceae, Bromeliaceae, Eriocaulaceae ("sempre vivas"), Cactaceae e um gênero arbustivo dominante de Compositae: Vanillosmopsis, popularmente conhecida como candeia. As famílias melhor distribuídas, de modo geral, nos Campos Rupestres do Parque, são Gramineae, Compositae, Orchidaceae, Melastomataceae, Velloziaceae, Asclepiadaceae, Myrsinace ae, Polypodiaceae, Bromeliaceae, Rubiaceae, Euphorbiaceae, Eriocaulaceae e Ericaceae. Ocorrem campos graminosos em áreas de solos litólicos, mais rasos e com deficiência hídrica sazonal elevada (devido às características do solo e climáticas), e mais herbáceos em solos litólicos desenvolvidos em áreas concavizadas (cabeceiras de drenagem e tetos de grutas) ou em topos horizontalizados e alongados. Nestes últimos podem ocorrer pequenos arbustos esparsos ou em pequenos grupos com pouca diversidade de espécies em cada grupo. Além dos Campos Rupestres, o parque abriga uma área de mata ombrófila, conhecida como Mata Grande, contendo principalmente gêneros de Rubiaceae, Lauraceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae, Nyctaginaceae, Melastomataceae, Annonaceae, Palmae, Apopynaceae e Monimiaceae (M. A. L. FONTES, 1996).





O Parque apresenta uma sucessão fisionomias de vegetação que são controladas por diferentes fatores ambientais. Para cada tipo, um fator é mais determinante na distribuição que outro, mas no geral, o relevo e as potencialidades que suas formas oferecem para o desenvolvimento de solos e escassez hídrica, constituem-se nos fatores que mais controlam a distribuição da vegetação.






Adensamentos arbustivos e matas ciliares: As matas ciliares, em sua grande maioria e extensão, constituem adensamentos arbustivos que acompanham a distribuição dos solos mais espessos, em condições de vertente ou de terrenos concavizados. Esse subtipo de vegetação mostra-se úmido, com ação dos ventos reduzida, e com presença marcante e diversificada de bromélias, musgos, e nas bordas ou áreas menos sombreadas, muitos tipos de liquens. As famílias que mais caracterizam este subtipo de vegetação, distinguindo-o dos outros, estão representadas principalmente por Passifloraceae; Araceae; Gesneriaceae; Clusiaceae; Araliaceae; Polygonaceae; Anacardiaceae; Bignoniaceae; Liliaceae; Ochnaceae; Palmae; Monimiaceae e Annonaceae. As plantas da família Solanaceae são quase que exclusivas desse subtipo, ocorrendo somente nas outras áreas, em locais de transição. As características "matas de candeia" correspondem a adensamentos arbustivos, bem como às bordas da Mata Grande. São essencialmente constituídas por gêneros Vanillosmopsis: "candeia", "candeião", Compositae, mas também apresentam dentre as espécies arbustivas, muitos gêneros de Melastomataceae, Myrsinaceae, Rubiaceae e Labiatae.








Campos Arbustivos: Há algumas famílias que parecem ser exclusivas desse tipo de fisionomia (campos com arbustos). São as Malphiguiaceae, Fabaceae, Dicranaceae e Celastraceae. Os arbustos mais ocorrentes são as "candeias" e "candeiões"; e as "quaresmas" (Tibouchina, Melastomataceae); Maytenus, Celastraceae e Byrsonima, Malphiguiaceae. No Parque, geralmente estão entre 1300 a 1650m de altitude. Acima de 1500m de altitude os arbustos são muito isolados e muito menores, apesar de na transição ainda ocorrerem solos não muito rasos.







Texto: Dra. Luciana Graci Rodela (Doutora em Geografia Física)

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