Jesus com apenas 12
anos de idade já demonstra ousadia e sabedoria sem perder a inocência de ser
criança. Agindo com tranquilidade mesmo distante de seus pais.
Porém, a atitude de
Jesus causou medo e aflição em seus pais, que se culparam em ter perdido o seu
próprio filho. Uma criança em meio a multidão e uma dor maior tocava seu
coração pois só sentiram a falta de Jesus dias depois.
A procura de Maria e
José por Jesus foi dura, pois não sabiam onde realmente poderia encontra-lo, pois
o que faria uma criança no templo? Mas Jesus tinha uma missão a ser cumprida
desde seu nascimento.
Maria e José procuraram
por Jesus desesperadamente, como qualquer pai e mãe que perde um filho. Mas nem
todos os pais de sorte deles, de encontrar seu filho vivo, em um lugar que gera
vida, sentado em meio aos doutores, ensinando e aprendendo, causando até mesmo
espanto por ser tão jovem e tão inteligente, poucos pais que perdem seus filhos
o encontram bem, o encontro num lugar semelhante ao templo. Mesmo assim,
José e Maria, questionam Jesus e
chamam sua atenção pela sua atitude, a qual fez o coração, sobre tudo de sua
mãe sofrer a dor de uma possível perda.
Mas em nossa realidade
os indivíduos tem-se perdido em diversos lugares e em diversos aspectos, e
muitos são encontrados com graves sinais de morte.
As famílias: Hoje as
famílias se perdem por falta de diálogo.
O mal uso dos meios de
comunicação, as longas jornadas de trabalho, o desejo de acumular capital numa
atitude de adesão por servir essa estrutura capitalista de sociedade que temos,
maximiza o consumismo e minimiza as relações, pois a maior parte do tempo
dedicamos ao ato de criar meios que nos proporcione a consumir mais. E neste
contexto perdemos ligações afetivas no seio familiar. Muitas famílias perderam
o hábito de se reunir em volta da mesa para efetuar as refeições, aproveitando
deste momento para partilhar a vida, que seja apenas uma hora diária, é uma
hora que faz a diferença na vida de cada membro da família. Não se reunem em volta
da mesa, mas si reúnem em frente a televisão, por muitas vezes sintonizados em
programadas que nada tem a acrescentar de bom a família, ora se não
potencializar intervenções destrutivas, pois muitos de nós acompanhamos
novelas, futebol dentre outros programas, mas não acompanhamos o vida e o
desenvolvimento da própria família. E assim, os laços vão se perdendo, as
pessoas vão se distanciando e as relações se tornam líquidas, sem sentido
vital. E quando percebemos , já perdemos o bem maior da família os amor, o
cuidado e o respeito.
Maria
hoje sofre por ver famílias perder seus laços afetivos, num contexto que
prioriza o acumulo de capital e fortalece o individualismo.
Os jovens: Os jovens se
perdem em meio a tantas oportunidades, mas muitos ao longo do processo de
escolha já perdeu as referencias positivas, como por exemplo familiar. E acabam
seguindo um caminho que o leva ao sofrimento. Sendo encontrados jogados,
feridos e maltratados no campo e na
cidade marchando de sangue nosso solo.
Muitos jovens estão se
perdendo no universo insano oferecido pelas diversas drogas sejam licítas ou
ilícitas, são vidas e mais vidas sendo ceifadas a cada dia.
O alcoolismo atinge
cada vez mais cedo a juventude! Não são raras as vezes que nos deparamos com
crianças e adolescentes fazendo o uso de
bebidas alcoólicas, frequentando lugares que não condizem com sua faixa etária.
Infelizmente muitos pais tem conhecimento dessa realidade e não fazem nada!
Pois estão ocupados com outros afazeres. Não há tempo para perder conversando
com seu filho, mas um dia encontrará tempo para buscá-lo caído na rua, bêbado e
machucado.
Maria
sofre pelas crianças, adolescentes e jovens que
perdem suas vidas através do uso abusivo do álcool.
As estatíticas afirmam
que a cada dia aumentam os índices de
usuários, de maconha, crack, cocaína dentre outras drogas que trazem sensações de euforia e geram morte.
Quantas famílias já
foram destruídas pela dependência causada por esses elementos.
Quantos Pais e Mães
perdem noites e noites de sono, procurando seus filhos nos diversos cantos,
onde se concentram grupos de dependentes químicos que não vislumbram outras
possibilidades de vida. São muitos e
muitos pais que convivem com o medo de um dia qualquer encontrar seu filho
morto em alguma viela.
Maria
sofre por ver vidas sendo perdidas em detrimento do uso de drogas.
Hoje, basta abrimos a janela de nossa casa, para identificarmos
crianças e jovens servindo como aviãzinho para o tráfico.
Pois cidadão que não
tem acompanhamento e cuidado, se tornam presas fáceis para servir aos
malfeitores deste tempo. Nossas crianças e jovens tem sido facilmente encantadas e iludidas a pertencer
um mundo colorido, onde se pode tudo,
onde não há impunidade, onde se conquista bens materiais, desejado por muitos e
impostos pela mídia, mas é neste mundo de fantasia que muitas crianças e jovens
acreditam ser ouvidas! Mas este mundo na verdade não existe. É uma realidade de exploração, ilusão e
extermínio de vidas. Em muitos casos as crianças perderam a referencia de um
bom homem e uma boa mulher, e passam a se espelhar nos “doutores” da morte com
máscaras de super heróis.
Maria
sofre pelas vidas que são exterminadas pelos mal feitores deste tempo.
Maria sofre ao ver este
Estado, que perdeu sua essência de trabalhar em serviço da nação!
Onde a educação seja
emancipadora e igualitária!
Todos nós temos
consciência de que as classes populares tem acesso a uma educação deficiente e
alienadora.
Porque o nosso Estado
não é para todos, ele tem um Dono. Que manda e desmanda! Que defende os
poderosos!
O atual modelo de
educação tem formado gradativamente analfabetos funcionais, para que se possa
manter uma população omissa, medrosa, carente e dependente. Mas isso só é
possível porque aceitamos ser analfabetos políticos!
Como já dizia o profeta
Isaias: “O povo sofre por falta de conhecimento”, e a falta de conhecimento
gera morte.
Precisamos acordar povo
de Deus! E Entender que o estado não deseja estabelecer uma educação que seja
libertadora, pois um povo consciente jamais seria objeto de manobra como somos
em larga escala hoje.
Maria
sofre por ver seu povo perder seus direitos de viver de maneira digna!
Maria
sofre por ver seu povo viver numa sociedade de uma falsa democracia!
Maria sofre ao
identificar que a juventude negra, pobre, favelada são vitimas de preconceito
racial e social e lotam o sistema carcerário em nosso país. Um sistema que não
educa e vem funcionado como escola para o crime. Onde a lei tem 2 pesos e 2
medidas.
Maria sofre ao associar
que vidas são frequentemente perdidas em decorrência da nossa omissão e
desarticulação.
Maria sofre por
entender que a opção da maioria é edificar uma sociedade do viver bem, que
desqualifica as relações afetivas humanitárias e não contribui para a
construção da civilização do amor.
Maria sofre porque a
sua dor é a mesma dor de uma camada considerável da população.
Maria sofre por ver
espadas sendo transpassada no coração de muitos homens e mulheres diariamente,
mas por nossa culpa que deixamos perder o amor e o respeito em detrimento do
individualismo e o desejo de consumir.
Nossas atitudes e nosso
medo de denunciar geram morte!
A nossa mão que não se
estende ao próximo porque não temos tempo de ajudar e ouvir faz com que as
pessoas percam suas vidas numa trajetória árdua e solitária.
Desta forma, raras são
as famílias que terão a sorte de encontrar seus entes perdidos em espaços de
geração e promoção de vida, como no caso de Maria e José que encontram Jesus
perdido no Templo.
Texto:
Bruna Monalisa
Março/2013
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