Ao longo deste período que nos preparamos para vivenciar o Natal, somos
provocadxs a repensar o verdadeiro sentido de celebrar esta data.
Tem-se como centralidade o nascimento de um ser que vem ao mundo com uma
grande missão e responsabilidade: a de
salvar a humanidade e a de semear amor ente os povos, compreendendo e
respeitando as diversidades.
Neste sentido, podemos entender que o espírito de Natal se manifesta no
seio da nossa família, mas também no seio da casa comum.
Então vivenciar o Natal, refletindo a imagem e o exemplo do Menino Jesus
não é uma tarefa fácil. Uma vez que Jesus,
amou sem medida, praticou o perdão e a justiça sem medo.
E se Jesus estivesse hoje aqui? Por onde ele caminharia? Onde seria sua ceia?
Caminharia pelos presídios e pelas
periferias, daria atenção aos leprosos e excluídos deste tempo. Impediria
qualquer forma de violência contra os pobres, os homossexuais, as mulheres, os
negrxs e as pessoas com deficiência. Não permitiria manifestações de intolerância,
que ceifam vidas, promovem guerras e mancha de sangue nosso solo e nossas
praças. Sua ceia seria entre os oprimidos, entre os que clamam por amor, entre
os invisíveis da sociedade.
Estaria ele, o Menino Jesus, partilhando a vida e o amor com os
favelados, os sem teto, os sem terra e os sem família. Estaria ele, entre os
pobres e marginalizados, entre os excluídos por uma sociedade hipócrita,
desumana e egoísta que esqueceu o sentido de viver em comunidade.
Estaria também com sua Amada Família, reunido em volta da mesa, sorrindo,
cantando e dançando, partilhando com a alegria o pão da vida e o pão da
unidade, feliz por estar em família, mas talvez inquieto por saber que em muitos
lares falta o pão e também o amor.
E o Papai Noel, aquele velhinho branco, barbudo, gordinho e carismático,
por onde caminharia?
O Papai Noel caminharia, consideravelmente, no sentido oposto ao Menino Jesus.
Estaria nos grandes centros urbanos, nos shopping centers e seu diálogo
seria com as pessoas mais abastadas da sociedade, visto que potencialmente, são
estas que tem maior acesso ao mercado excludente de consumo.
Sua caminhada seria por onde reina
a fatura, mas que por vezes, por falta
de tempo o amor, carinho e atenção são se fazem presentes. Pois o Papai Noel
não tem a missão de amar e respeitar o próximo e suas diversidades, como o
Menino Jesus, sua missão é estar a serviço do capital financeiro,
mercantilizando a alegria e o sentido do natal.
Para o Papai Noel, não faz sentido andar pelas favelas e periferias, não
faz sentido dialogar com os excluídos e muito menos sentar-se junto aos pobres
e os marginalizados, pois ele se dispôs a fazer o caminho contrario alimentado
por uma realidade social que tem como fio condutor o poder de compra e a
alegria materializada em bens de consumo.
E nós, de que lado nos colocamos a caminhar? Qual exemplo optamos seguir?
Tenho esperança, que nossa opção seja o caminho realizado pelo Menino
Jesus, visto que ele chega em espaços onde o Papai Noel não chega, e que sua
missão possa ser também a nossa, de amar, servir e perdoar!
Que nós sejamos presentes diário na vida uns dos outros, fazendo com que
o espírito natalino, inspirado na vida do Menino Jesus esteja presente em
nossas relações ao longo dos 365 dias do ano.
Que a esperança, a sabedoria, o discernimento e a ousadia do Menino Jesus
seja nossa inspiração para que possamos edificar uma sociedade mais justa e
fraterna, onde o amor e o perdão sejam nossos principais aliados.
Feliz Natal !!!
Que seja tempo de amar e perdoar!
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