quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Vem aí !!! O 10º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude.




 A Pastoral da Juventude Nacional lança hoje, 22, a décima edição de seu Encontro Nacional (ENPJ), que fará sua morada entre os dias 8 e 15 de janeiro de 2012 nas terras da Arquidiocese de Maringá, PR – Regional Sul 2 da CNBB. Será a primeira vez que a região sul do país receberá o ENPJ.
O Encontro Nacional é um momento em que a Pastoral da Juventude (PJ), no seguimento a Jesus, se reúne em uma (arqui)diocese para refletir, partilhar e celebrar a vida e a caminhada dos grupos de jovens. O encontro é realizado a cada três anos, reunindo jovens e assessores da PJ de todas as dioceses do Brasil.
São esperados mais de 800 jovens, assessores e convidados, que irão reafirmar sua eclesialidade refletindo e celebrando o tema: Somos Igreja Jovem, à luz da celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II, das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil (DGAE 2011-2015) e do Plano de Ação Pastoral da PJ.  Embalados pelo lema: Na Ciranda da vida, a nossa missão é amar sem medida, os participantes celebrarão e se animarão para que, a exemplo de Jesus Cristo, o jovem de Nazaré, vivam em comunidade e juntos possam defender a vida da juventude.
Segundo o Secretário Nacional da PJ, o jovem Thiesco Crisóstomo, “a décima edição do ENPJ será um marco na caminhada da PJ, pois vai potencializar a ação pastoral realizada há mais de trinta anos na Igreja do Brasil. Momento de favorecer com que os participantes possam partilhar, celebrar e assumir a caminhada como Igreja Jovem”.
O encontro acontecerá no Centro de Formação Bom Pastor e contará com o apoio da Arquidiocese de Maringá e da CNBB do Regional Sul 2. As parcerias para a atividade estão sendo finalizadas, assim como a proposta metodológica e nomes de assessorias.
A PJ de Maringá e do Regional Sul 2 está desenvolvendo um trabalho de preparação da atividade, visando o envolvimento dos grupos de jovens de todo o estado do Paraná. As expectativas em receber o ENPJ são muitas, para o vice-coordenador da PJ em Maringá, o jovem Gelinton Batista, “o encontro será momento especial na caminhada dos milhares de grupos de jovens de todo Brasil, que acreditam na Civilização do Amor e buscam em Cristo o jeito jovem de ser Igreja”.

Preparativos
Inspirados na iluminação bíblica do ENPJ, no evangelho de João 13, 1, “Jesus, tendo amado os seus, amou-os até o fim!”, milhares de jovens pertencentes aos grupos organizados em todo país, estarão em sintonia com a atividade realizando encontros preparatórios a partir de subsídios elaborados pela equipe de organização. Em breve será lançado o primeiro subsídio, aguardem!
Para ter acesso a outras informações da atividade, como oração, hino, histórico do ENPJ e também para deixar seu recado, acesse o hotsite do encontro no endereço: www.pj.org.br/enpj.
O desejo da Coordenação Nacional da PJ com o lançamento do hotsite é que a juventude possa ter um espaço para vivenciar a preparação e estar em sintonia com o ENPJ, uma das principais atividades da juventude católica no Brasil. Para participar do evento, jovens e assessores, deverão ser indicados por suas dioceses e/ou regionais.
Agora é conferir o novo espaço de comunicação e juntos continuar construindo mais um ENPJ. Que com certeza será nota 10!

Acesse www.pj.org.br/enpj
Autor/Fonte: Joaquim Alberto Andrade Silva - Comissão Nacional de Assessores/as da PJ

sábado, 17 de setembro de 2011

Maconha: Caminhos para outras drogas

Texto: Pe Evaristo Debiasi

Publicado emRevista Brasil Cristão. Edição: Agosto de 2011. Pág: 20



Quando não formos capazes de viver bem conforme pensamos, acabamos pensando conforme vivemos”. Diante deste modo de pensar a vida tudo pode se tornar justificável e lícito. Quando se perde o horizonte dos valores, do bom senso e do sentido da vida, chega-se a admitir o próprio erro como caminho certo. Nada mais destrutivo para nossa vida do que uma visão distorcida dos princípios e dos valores humanos que governam a vida em sociedade.

O preço de conclusões irrefletidas ou mesmo não científicas e aéticas, podem nos levar à morte, comprometendo seriamente o futuro sadio das novas gerações.

Refiro-me aqui à “campanha sobre a liberação do uso da maconha”, infelizmente defendida por não poucos responsáveis de nossa pátria, que deveriam zelar pela nossa juventude e sociedade. Não deixa de se apresentar como contraditória a campanha a favor do uso da maconha, já que tudo se faz para mostrar os malefícios do cigarro. Todos que trabalham com os usuários de drogas sabem que a maconha é uma das portas de entrada para uso de drogas mais pesadas.

Nenhuma droga é “inocente”, mesmo que seja menos prejudicial que outras. Dizer que a maconha não é droga prejudicial é ignorar as conquistas da ciência e da experiência humana sobre o assunto. Perguntem para os usuários de drogas mais pesadas qual foi a porta de entrada para esse mundo. Vocês verão que a maconha foi o primeiro passo. Perguntem ao Dr. Nahas, um dos maiores estudiosos dos USA sobre o uso destrutivo e perverso da maconha. Perguntem ao Dr. Elias Murad, cientista brasileiro, assessor da ONU no campo das drogas. Perguntem ao Dr. Ulivestein, um dos donos e grande pesquisador da clínica de Marmotan, de Paris. Perguntem aos especialistas dos países que liberaram a maconha, como alguns estados dos USA, a Holanda, a Suíça, e vejam suas respostas. Impressiona-me a superficialidade com que médicos e pessoas se dizem entendidas no assunto falam sobre o uso da maconha, como se ela não fosse uma droga com sérios maléficos para a saúde física, psíquica e social.

Quem me perdoem os que defendem o uso da maconha, mas eles ignoram os seus maléficos, ou desconhecem as informações dos estudiosos sobre o assunto, ou pior ainda, podem ter interesses no us pessoal e econômico da droga. Não é liberando os vícios que salvaremos as pessoas e construiremos uma sociedade sadia. Nem os remédios comuns, necessários à saúde humana, são liberados facilmente, sem testes rigorosos. Como, então, liberar o uso da maconha? É uma insensatez. Espero que o bom senso e o discernimento prevaleçam sobre a superficialidade das decisões.

O caminho a ser tomado pelos legisladores, autoridades, professores, comunidades, igrejas e os pais é o caminho da oferta de verdadeiros valores da vida humana, restituindo a razão de ser, para que as novas gerações se encontrem com seus sonhos e justas aspirações. Sem esta postura de vida jamais construiremos um futuro sadio para a vida humana, para nossas famílias, para a boa convivência social, como para a própria humanidade.

Toda droga é como uma virose que cresce numa sociedade rica em meios, mas pobre pela ausência dos verdadeiros valores da vida. Quando falta o “porquê” e o “para que” na vida humana, isto é, o sentido maior da existência, as autogratificações e interesses pessoais e coletivos se tornam o fim do tudo.


"Não é liberando os vícios que salvaremos as pessoas e construiremos uma sociedade sadia".



quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Partilhando um pouco sobre a experiencia na Jornada Mundial da Juventude 2011 - Madrid




“É uma sensação de grande alegria, ver jovens de todos os cantos do mundo animados e envolvidos com o anuncio do evangelho. A juventude é uma das fases mais criativas da vida humana, repleta de sabedoria e emoções... Imagina esse povo todo junto, é uma explosão se sentimento e diversão!


Para começar, como foi a experiência de sair das terras marianas para conhecer outro país?

Essa oportunidade de atravessar o Oceano Atlântico , sair da América, sair do nosso amado Brasil e ir ao encontro de jovens do mundo inteiro em Terras Europeias é sem dúvida um grande presente, bem como uma caixa de surpresa, pois o novo é sempre um desafio.

Essa é sem dúvida uma experiência ímpar, confesso que por diversas vezes antes e durante a viagem me deu vários frios na barriga, muita ansiedade misturada com alegria e curiosidade. Ficava pensando, saí de um país em desenvolvimento e ir para um país desenvolvido, um país que segundo a mídia passa por um momento de crise, saio de uma realidade onde predomina a religião católica, onde se come pão de queijo, arroz com feijão e toma café com leite, para uma realidade bem diferente, tudo isso sem contar a comunicação, mesmo porque o espanhol nos engana bem, não é fácil como parece, e o portunhol pode nos colocar em situações constrangedoras.

E é importante ressaltar que essa experiência só foi possível pelo apoio e incentivo da nossa arquidiocese e de forma muito especial da nossa amada Pastoral da Juventude, pois em todos os momentos meu pensamento remetia as terras marianas, a nossa linda juventude, ao nosso povo sofrido e cheio de esperança. Pois, mais importante que cruzar o Atlântico é levar da nossa terra o nosso jeito de ser e fazer igreja, e aprender com os europeus o que há de bom no jeito deles de ser e fazer igreja, pois a troca de experiência contribui para o nosso crescimento. Sem contar que a diversidade cultural é algo encantador.



Conte um pouco sobre o que rolou lá na JMJ...

Na verdade, a JMJ começou para nós na pré-jornada ocorrida na cidade de Valencia. Passamos uma semana fazendo algumas peregrinações por esta cidade que nos acolheu, uma acolhida diferente da qual estamos habituados, ficamos em um grande ginásio e nossa cama era nosso saco de dormir, e os nossos banhos bem geladinhos.

Durante essa semana, foi possível conhecer melhor a própria realidade da juventude católica brasileira, em especial da região sudeste do Brasil, visto que ficamos todos num mesmo espaço, partilhamos a vida, trocamos experiências e nos alimentamos do famoso Pão com jámom e suco de Melocotón ao longo desses dias.

Momentos de partilha com os amigos de outros países também foi possível, neste caso com os campanheiros/as Austríacos. A comunicação não era muito fácil, mas sempre dava-se um jeito de se fazer entender... o mais legal é que no grupo dos Austríacos havia um jovem que tinha feito um intercambio no Brasil por um ano e falava português, sendo ele um grande facilitador dos diálogos.

A pré-jornada em alguns aspectos não foi como imaginei, visto que não foi possível um contato maior com a realidade da arquidiocese de Valencia, senti falta de estar junto com o povo, conhecendo e partilhando as experiências da vida em comunidade.

Fomos também conhecer as praias de Valencia, olha que não foi uma simples praia,  foi “a” praia... pois, foi possível tomar banho nas águas do Mar Mediterrâneo, coisa linda de se ver.

Outra coisa linda de se ver foi a Missa dos Peregrinos, onde uma multidão de jovens se reuniu para celebrar a eucaristia, numa celebração em varias línguas, mas de um jeito muito europeu é claro. Teve também a reza do terço Mariano na praia, foi bem legal, o cenário do por do sol abrilhantou esse momento. Como a natureza é bela!

Mas de todos os momentos da Pré-Jornada, o que eu mais gostei, além de conhecer vários edifícios de beleza intensa, foi dialogar com jovens de diferentes realidades e culturas, encontrar amigos que ficarão sem dúvida eternizados. Em Madrid, não posso deixar de lembrar a visita a Catedral, Museu do Prado, Teatro, passeios pelas belíssimas praças e etc...



Da JMJ mesmo, os pontos altos foram, sem dúvida,  a Via Sacra, a Oração de Taizé e a Vigilia. Fizeram parte também os banhos gelados  a céu aberto numa escola, e o dormitório (ginásio) mais que coletivo. Em Madrid, a saudade da minha Arquidiocese, dos meus amigos/as e da minha família já era grande, sem contar a saudade da comida brasileira, né?

Em uma das belas igrejas de Madrid, preparada para momentos de oração coordenados pela comunidade ecumênica de Taizé foi onde encontrei aconchego... Nossa.. quando vi aquele ambiente, com velas, flores, bíblia colocadas no chão, e as pessoas também sentadas no chão, meu coração vibrou de alegria. Não sei nem explicar, mas me senti mais próxima de todos/as. Quando começou a oração me sentia cada vez mais à vontade, meio que em casa, para mim este foi um dos momentos mais marcantes da JMJ.

Outra coisa interessante, foi cantar e dançar com o jovens espanhóis voluntários que batucavam pelas praças e cantavam lindamente suas canções populares, e assim pudemos ensiná-los um pouco de nossa dança, através do samba, E é claro tive que partilhar o canto e a dança do Nego Nagô, foi uma momento divertido.


Qual foi a sensação de estar no meio de tanta gente ao mesmo tempo, num evento tão marcante para a caminhada da juventude católica no mundo?

É uma sensação de grande alegria, ver jovens de todos os cantos do mundo animados e envolvidos com o anuncio do evangelho. A juventude é uma das fases mais criativas da vida humana, repleta de sabedoria e emoções, imagina esse povo todo junto, é uma explosão se sentimento e diversão. É um momento de grande riqueza cultural.

É sim um evento marcante para a caminhada da juventude, mas acredito que ainda precisar ter mais a cara da Juventude, visto que no universo católico tem lindas expressões juvenis que ficaram escondidas na JMJ. Senti falta das expressões populares, dos gritos da juventude, do jeito criativo de celebrar.

Espero que na próxima JMJ a juventude possa participar da construção de forma mais ativa, visando garantir que a ela represente realmente a juventude católica, uma juventude  que luta dentro das comunidades defendo e promovendo a vida, apresentando o jeito jovem de ser presença viva na Igreja, levando o mundo a perceber o Divino no Jovem.

Algum acontecimento especial que você gostaria de destacar?

O dia mais difícil nas terras espanholas, um dia de testar nossa resisntencia.... O momento mais bonito. A Vigília foi um dos momentos mais esperados de toda a JMJ. Se foi  para testar a Fé do jovem eu não sei, mas passar aproximadamente 12 horas numa temperatura de 40ºC, num lugar que sombra, só pra rei,e água gelada era luxo, não foi fácil sobreviver. Mas alimentados pela fé conseguimos!

Assim, os momentos que antecederam a Vigília foi também momento de intensificar os laços de amizade, visto que era preciso um cuidar do outro... foi lindo ver jovens de diferentes nacionalidades se ajudando e se ajuntando. Pois ali estávamos, firmes aguardando o nosso Papa.

Como se não bastasse o calor de 40ºC durante todo o dia, com a chegada da noite veio à chuva, o vento e o frio.  Mas a juventude canta, dança e se diverte, num toque, num abraço e num sorriso. Esse 21 e 22 de agosto foi sem dúvida, dias de grande importância na minha vida de fé. 

Foi lindo ver  centenas e centenas de bandeiras balançando no ritmo do vento, cobrindo e aquecendo o corpo dos jovens, principalmente porque muitos se cobriam e balançavam bandeiras de outros países, sendo este um indicativo de muita integração entre os jovens de diferentes nações entre essas nações não havia advesários e sim jovens e na sua maioria missionários.

O momento específico da vigília foi curto, mas cheio de sentido, foi lindo. O nosso Papa é sem duvida um ser iluminado.


Por aqui, foi muito divulgada na TV a comemoração da caravana brasileira no momento do anúncio do papa de que a próxima JMJ será no Brasil... onde vocês estavam na hora? Como foi receber essa notícia?

Estávamos em Cuatro Vientos, junto aos jovens de todo nosso Brasil, ansiosas aguardando aquela notícia. O coração bateu acelerado, mistura alegria e até mesmo um pouco de medo: “nossa, será mesmo no Brasil!” Será uma oportunidade de muitos jovens brasileiros vivenciarem essa experiência, logo pensei no grupo de base que participo, pois muitos poderão participar e se alegrarão com essa notícia.

Contudo, fiquei pensando como seria o Rio de Janeiro com mais de 2 milhões de jovens, como seria a acolhida, o transporte... logo pensei de como seria a estrutura para acolher bem toda juventude...
Mas o que falou mais forte, foi a esperança de que a JMJ 2013 seja construída respeitando a pluralidade e que a juventude participe de verdade da construção e que as coordenações busquem ser democráticas e não autoritárias, e que façam parte do processo de construção pessoas realmente comprometidas e apaixonadas pela juventude, com a proposta de uma Igreja que seja povo e não seja massa. Que seja amplamente valorizada a missionaridade e a mística juvenil, respeitando a diversidade.


O que de mais forte vocês trazem de Madrid para a nossa Arquidiocese?

Realmente a beleza de Madrid é simplesmente fantástica, mas nada se compara a nossa linda arquidiocese. Conversei com alguns jovens voluntários de Madrid, que relataram o desejo de participar de grupos que possibilitam ao jovem discutir e partilhar a vida em todas as suas dimensões. Segundo eles, há pouquissimas organizações de juventude na igreja em Madrid e nenhuma tem esse caráter que fomenta a partilha, formação e participação juvenil na igreja e na sociedade.

 Assim trago de mais forte, a partir destes relatos o desejo de expandir a Pastoral da Juventude para todas as nossas comunidades, e o sonho de ver a Igreja Católica do mundo inteiro fazendo a opção pelos jovens, mas uma opção verdadeira para além  do papel e das palavras bonitas, sendo pautada na realidade e na diversidade.


Obs: Entrevista para o Site e Agencia de Notícias da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Mariana.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

JMJ – MADRID 2011- RIO 2013


Por Cardeal Odilo Scherer
SÃO PAULO, sexta-feira, 26 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – A Jornada Mundial da Juventude de Madrid, de 16 a 21 de agosto, foi uma bonita manifestação do rosto jovem da Igreja. O calor tórrido, que virou tempestade de verão justamente durante a vigília de mais de 2 milhões de jovens com o papa Bento 16, não impediu que a cidade se enchesse de vida e alegria juvenil, mesclando celebrações e catequeses em dezenas de igrejas, festa colorida com as bandeiras de 170 países representados. Por onde se olhasse, viam-se grupos de jovens com chapéus e mochilas da Jornada, entrando e saindo das estações de metrô, das igrejas, dos museus, sentados nas praças e parques, tomando lanche, interagindo, mesmo sem falarem a mesma língua, mas seguros de terem muito em comum.
Apenas um incidente foi registrado quando, na calada de uma noite, um grupo de “inconformados” organizou um protesto por supostos, mas negados, gastos do governo espanhol com a Jornada; tentaram invadir uma festa da juventude numa praça central de Madrid; a polícia interveio e garantiu a segurança dos jovens. A Jornada prosseguiu com uma programação intensa e a multidão dos “jovens do Papa” conquistou o coração dos madrilenhos.
Bento 16 encontrou diversas juventudes, mostrando alguns focos para as atenções da Igreja: aos seminaristas, que lotaram a bela catedral gótica de Nossa Senhora da Almudena, mostrou seu afeto e os exortou a continuarem “firmes na fé, edificados e enraizados em Cristo”, buscando nos estudos e na formação pessoal, corresponder ao chamado de Deus; às jovens religiosas, no Escorial, pediu que testemunhem o Evangelho através de sua consagração total a Cristo, num mundo cada vez mais descrente e necessitado de sinais fortes de Deus e de fé cristã.
Antes de se dirigir ao aeroporto “Quatro Ventos”, uma espécie de Campo de Marte em Madrid, para encontrar os mais de 2 milhões de jovens que lotavam os espaço, o papa fez uma visita ao Instituto São José, dos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus, onde recebem atenção e cuidados crianças e jovens com deficiência. Foi um encontro comovente. Bento 16 foi acolhido festivamente também por esses jovens e lhes assegurou o respeito e o carinho da Igreja; suas palavras foram transmitidas ao vivo e com imagens para a multidão de jovens rumorosos e cheios de vida, que o esperavam impacientes, já fazia horas. Um grande silêncio se fez na multidão. Falou da dignidade intocável de cada ser humano, não importando, suas capacidades; “com frequência, a dignidade dessas pessoas é posta em dúvida”, disse o papa, referindo-se a uma lógica materialista e utilitarista, que avalia as pessoas conforme sua eficiência, seu “custo social” e suas possibilidades de produção e consumo... Aos religiosos, familiares, voluntários e  profissionais que assistem aos jovens com deficiência, o papa assegurou sua estima e lembrou as palavras de Cristo: “foi a mim que o fizestes”.
Finalmente, o “papa-móvel” adentrou o amplo espaço de “Quatro Ventos”; a aclamação de milhões de vozes, o agitar de milhares de bandeiras e os cânticos festivos não conseguiram, porém, espantar as nuvens ameaçadoras, que já prenunciavam uma tempestade...  Jovens espanhóis levam solenemente a cruz das Jornadas para o palco. A vigília tem início e o Evangelho é proclamado. Os jovens escutam. O papa começa a sua homilia, mas é obrigado a interromper. O vento é forte! Os jovens acolhem com alegria a chuva forte que os refresca, depois de terem passado o dia sob um sol de 35 graus! O programa é ajustado; passa-se direto à adoração e à bênção eucarística. O papa deseja bom descanso e “até amanhã” aos jovens, que passam a noite em vigília, ali mesmo...
O domingo chegou ensolarado. Aos jovens juntam-se cerca de 13 mil padres e mais de 800 bispos para celebrarem a Eucaristia com o papa. Também o rei Juan Carlos e a rainha estão presentes. Os jovens brasileiros estão ansiosos, pois todos já falam do anúncio que o papa fará no final da missa. Bento 16 saúda os jovens e lhes pergunta como passaram a noite, dizendo que ficou preocupado e não deixou de pensar neles... A missa é solene. O Evangelho é o da profissão de fé de Simão Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”. O papa pediu aos jovens de 170 países que levem esse testemunho de fé em Cristo “para todos os povos”; não mera informação impessoal, mas a manifestação de um encontro pessoal e vivo com Cristo. E convidou-lhes a crescerem na fé, amparados no testemunho da Igreja, na comunidade de fé viva, sem a pretensão de seguir Jesus de modo solitário e individualista: “isso leva a uma falsa compreensão de Cristo e do Evangelho! Apoiem-se na fé dos irmãos e também sejam uma ajuda para a fé dos outros!”
No final da missa, na voz do papa, o anúncio esperado: “A próxima Jornada será em 2013, no Rio de Janeiro!” Um caloroso brado de acolhida de mais de 16 mil jovens brasileiros ecoou para os quatro ventos!  O governador e o prefeito do Rio estavam lá e bateram palmas; também Gilberto Carvalho, representante da presidente da República. Dom Orani, arcebispo do Rio, recebeu o abraço do arcebispo de Madrid; jovens espanhóis entregaram a cruz e o ícone das Jornadas a um grupo de jovens enrolados em bandeiras do Brasil. Foi festa brasileira na Espanha. Todos foram convidados para a Jornada Mundial da Juventude do Rio. A preparação já começou e é tarefa para toda a Igreja no Brasil! E o papa deu a bênção a todos.
Cardeal Odilo Pedro Scherer é arcebispo de São Paulo


Fonte: Publicado no jornal O SÃO PAULO, edição de 23/08/2011


Fonte: http://www.zenit.org/article-28704?l=portuguese

PAPA IMPRESSIONADO COM ENTUSIASMO NA JMJ


Os momentos mais emotivos: a vigília e a Missa em Cuatro Vientos

CASTEL GANDOLFO, quarta-feira, 24 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – “Entusiasmo” foi a palavra mais utilizada por Bento XVI hoje, na audiência geral realizada no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, ao se referir à experiência vivida na recente JMJ de Madri.
Como é habitual depois de uma viagem apostólica, o Papa dedicou o encontro desta quarta-feira com os peregrinos a falar sobre suas impressões da viagem, sublinhando os momentos que ele considerou mais importantes da JMJ.
O Pontífice descreveu os dias vividos em Madri como “uma verdadeira cascata de luz” e um “acontecimento eclesial emocionante”.
“Quase dois milhões de jovens de todos os continentes viveram, com alegria, uma formidável experiência de fraternidade, de encontro com o Senhor, de partilha e de crescimento na fé”, afirmou aos presentes.
Essesjovens, “com o desejo firme e sincero de arraigar suas vidas em Cristo, permanecer firmes na fé, caminhar juntos na Igreja”, são um “dom precioso, que dá esperança para o futuro da Igreja”, acrescentou o Papa.
Esta JMJ, sublinhou, foi “uma estupenda manifestação de fé para a Espanha e sobretudo para o mundo”.
“Para a multidão de jovens, procedentes de todos os cantos da terra, foi uma ocasião especial para refletir, dialogar, trocar experiências positivas e, acima de tudo, rezar juntos e renovar o compromisso de enraizar a própria vida em Cristo, Amigo fiel.”
“Tenho certeza de que voltaram às suas casas com o firme propósito de ser fermento na massa, levando a esperança que nasce da fé. Da minha parte, continuo acompanhando-os com a oração, para que permaneçam fiéis aos compromissos assumidos”, acrescentou.
Entusiasmo
O Pontífice falou do “entusiasmo incontido” com que foi recebido na Plaza de Cibeles, bem como do seu encontro com as jovens religiosas no mosteiro de El Escorial: “Ficaimpresso em mim o seu entusiasmo de uma fé jovem e cheia de coragem frente ao futuro, de vontade de servir assim a humanidade”.
Da via sacra, realizada na sexta-feira, novamente na Plaza de Cibeles, o Papa destacou a “intensa participação”dos jovens nas “cenas da paixão e morte de Cristo: a cruz de Cristo dá muito mais do que exige, dá tudo, porque nos conduz a Deus”.
Com relação ao encontro com os seminaristas em Almudena, o Papa mostrou sua confiança em que “cresçam as vocações ao sacerdócio”.
“Entre os presentes, havia alguns que ouviram o chamado do Senhor precisamente nas JMJ anteriores; tenho certeza de que também em Madri o Senhor chamou à porta do coração de muitos jovens, para que o sigam com generosidade no ministério sacerdotal ou na vida consagrada”, afirmou.
Os momentos que definiu como mais intensos foram a vigília de oração à noite e a grande Celebração Eucarística conclusiva, no dia seguinte.
“À noite, uma multidão de jovens em festa, de forma alguma atemorizados pela chuva e pelo vento, permaneceu em adoração silenciosa de Cristo presente na Eucaristia, para louvá-lo, dar-lhe graças, pedir ajuda e luz; e depois, no domingo, os jovens manifestaram sua exuberância e sua alegria de celebrar o Senhor na Palavra e na Eucaristia.”
“Em um clima de entusiasmo, encontrei os voluntários, a quem agradeci pela sua generosidade e, com a cerimônia de despedida, deixei o país, carregando no coração esses dias como um grande dom”, concluiu.



Discurso do Papa na via-sacra da JMJ de Madrid


Queridos jovens!

Com piedade e fervor, celebrámos esta Via-Sacra, acompanhando Cristo na sua Paixão e Morte. As reflexões das Irmãzinhas da Cruz, que servem aos mais pobres e desvalidos, facilitaram-nos a entrada nos mistérios da gloriosa Cruz de Cristo, que encerra a verdadeira sabedoria de Deus, aquela que julga o mundo e quantos se creem sábios (cf. 1 Cor 1, 17-19). Neste itinerário para o Calvário, ajudou-nos também a contemplação destas imagens extraordinárias do património religioso das dioceses espanholas. São imagens onde se harmonizam a fé e a arte para chegar ao coração do homem e convidá-lo à conversão. Quando é límpido e autêntico o olhar da fé, a beleza coloca-se ao seu serviço e é capaz de representar os mistérios da nossa salvação a ponto de nos tocar profundamente e transformar o nosso coração, como sucedeu a Santa Teresa de Ávila ao contemplar uma imagem de Cristo coberto de chagas (cf. Livro da Vida, 9, 1).

À medida que íamos avançando com Jesus até chegar ao cimo da sua entrega no Calvário, vinham-nos à mente as palavras de São Paulo: «Cristo amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gal 2, 20). À vista de um amor assim desinteressado, cheios de admiração e reconhecimento perguntamo-nos agora: Que havemos nós de fazer por Ele? Que resposta Lhe daremos? São João no-lo diz claramente: «Foi com isto que conhecemos o amor: Ele, Jesus, deu a sua vida por nós; assim também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16). A paixão de Cristo incita-nos a carregar sobre os nossos ombros o sofrimento do mundo, com a certeza de que Deus não é alguém distante ou alheio ao homem e às suas vicissitudes; pelo contrário, fez-Se um de nós «para poder padecer com o homem, de modo muito real, na carne e no sangue (…). A partir de lá entrou em todo o sofrimento humano alguém que partilha o sofrimento e a sua suportação; a partir de lá propaga-se em todo o sofrimento a con-solatio, a consolação do amor solidário de Deus, surgindo assim a estrela da esperança» (Spe salvi, 39).

Queridos jovens, que o amor de Cristo por nós aumente a vossa alegria e vos anime a permanecer junto dos menos favorecidos. Vós que sois tão sensíveis à ideia de partilhar a vida com os outros, não passeis ao largo quando virdes o sofrimento humano, pois é aí que Deus vos espera para dardes o melhor de vós mesmos: a vossa capacidade de amar e de vos compadecerdes. As diversas formas de sofrimento, que foram desfilando diante dos nossos olhos ao longo da Via-Sacra, são apelos do Senhor para edificarmos as nossas vidas seguindo os seus passos e para nos tornarmos sinais do seu conforto e salvação. «Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por amor da verdade e da justiça; sofrer por causa do amor e para se tornar uma pessoa que ama verdadeiramente: estes são elementos fundamentais de humanidade, o seu abandono destruiria o mesmo homem» (Ibid., 39).

Oxalá saibamos acolher estas lições e pô-las em prática. Com tal finalidade, olhemos para Cristo, suspenso no duro madeiro, e peçamos-Lhe que nos ensine esta misteriosa sabedoria da cruz, graças à qual vive o homem. A cruz não foi o desfecho de um fracasso, mas o modo de exprimir a entrega amorosa que vai até à doação máxima da própria vida. O Pai quis amar os homens no abraço do seu Filho crucificado por amor. Na sua forma e significado, a cruz representa esse amor do Pai e de Cristo pelos homens. Nela reconhecemos o ícone do amor supremo, onde aprendemos a amar o que Deus ama e como Ele o faz: esta é a Boa Nova que devolve a esperança ao mundo.

Voltemos agora os nossos olhos para a Virgem Maria, que nos foi entregue por Mãe no Calvário, e supliquemos-Lhe que nos apoie com a sua amorosa proteção no caminho da vida, particularmente quando passarmos pela noite da dor, para conseguirmos permanecer como Ela firmes ao pé da cruz. Muito obrigado.

Fonte:    http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=87031