quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Somos Quem Podemos Ser

Somos Quem Podemos Ser
Composição: Humberto Gessinger




Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção

E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

Um dia me disseram
Quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão





E tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão

Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem


Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

FÉ E POLÍTICA UMA AÇÃO LIBERTADORA

“É por causa do meu povo machucado...”

            Para além de sermos jovens cristãos, animados pela fé de Jesus Cristo, somos indivíduos políticos que deseja e luta pela libertação do povo, sobretudo fazendo a opção em sintonia com toda Igreja e em especial com o Documento de Puebla pelos jovens e pelos pobres. Assim somos convocados a abraçar uma teologia que seja crítica e libertadora, que coloca a proposta de Jesus, o indivíduo e sua relações em evidência visando articular e estimular uma sociedade que seja fundamentada na igualdade, no anúncio e na prática libertadora.
A definição para Teologia da Libertação mais  utilizada  pelos  teólogos    é  que  essa  teologia permite e leva o individuo a uma  reflexão crítica  sobre a práxis, numa reflexão inversa da proposta pelo Estado. Na teologia da libertação o  individuo é chamado a refletir sob um visão que privilegia o pensar a  coletividade, e fomenta a importância do coletivo na participação  social tendo em vista o jeito de ser e fazer igreja numa reflexão que o oprimido tem destaque quanto pessoa de direito.
Contudo, é importante ressaltar que uma linha teológica que enfatiza a libertação, abarca um fortalecimento de compreensão que admite e ressalta a necessidade de um novo jeito de ser e fazer igreja, num contexto em que seja priorizado e pautado na participação ativa dos pobres e dos leigos na vida da igreja; estreitando a relação entre libertação e salvação, e na vida da sociedade; estreitando a relação entre Estado e Povo.
A prática libertadora, não é uma prática fácil, visto que aborda uma formação crítica e de militância, assim, o seu exercício passa por muitas dificuldades, desafios, desentendimentos e também grandes conquistas. Portanto, a persistência na luta pela difusão desta prática, traz para a igreja um rosto mais humano, visto sua capacidade e responsabilidade em assumir questões de cunho social, a militância em causas políticas sem perder sua essência e seu carisma missionário. Esse novo jeito de ser igreja traz mais vida e atitude tanto para o clero quanto para os leigos, pois estes passam a ver a realidade com olhos se agentes sujeitos na construção do reino.
A PJ em comunhão com a igreja libertadora traz uma proposta metodológica pautada na realidade, sendo assim destaca que o importante para garantir de forma efetiva a liberdade e a dignidade humana, é preciso que as pessoas se lancem no meio e se faça um como o outro, ou seja, é preciso conhecer a realidade, compreender os fatores que constrói a realidade e agir para transformar a realidade, numa perspectiva coletiva, é importante ressaltar que essa prática metodológica exige comprometimento, organização, articulação e participação coletiva, sendo assim o olhar, o conhecer deve estar associado ao sentir, visto que não possível transformar com eficiência algo que não se conhece, pois é preciso estar em comunidade, na certeza de que a opção pelos pobres quer dizer na prática em estar e lutar junto, num espaço comum de partilha, ensinamento, aprendizagem e construção. Sendo este um espaço político que visa a geração e promoção da vida. Na prática libertadora faz-se acontecer o evangelho, faz-se acontecer o Reino de Deus.


A FÉ QUE NOS LANÇA NA LUTA

“Se é pra ir à luta eu vou”.

A PJ busca integrar a juventude e a direcionar rumo a evangelização de tantos jovens que se encontram na cidade e no campo, nas periferias e nos centros sedentos pela palavra de Deus, bem como sedentos para falar e ser ouvido. Assim para além da evangelização a PJ percebe a necessidade de agir a luz do evangelho na transformação da sociedade, por isso a PJ, a vivência em grupo lança o jovem na luta, devido ao compromisso com a pessoa humana e a sociedade. Portanto é necessário que os jovens da PJ sejam sujeitos do processo de transformação, é preciso que compreender a plena ligação entre a Fé e a Política para levar a bandeira da vida em todos os lugares que se fizer presente, é de extrema importância nessa ação missionária estar munido da espiritualidade libertadora que nos alimenta e motiva a participar da vida das nossas comunidades e agirmos como agentes de transformação, sendo fiel ao projeto de Jesus Cristo, buscando sempre viver numa experiência de fé crescente de comunhão e participação social.
É sempre necessário estarmos bem conscientes da realidade, da conjuntura na qual estamos inseridos. Vemos a realidade porque está carregada de vida e esperança. Inspira-nos a vida de Jesus, pois Jesus é presença viva na história concreta de um povo. História carregada de conflitos, marginalização, preconceito, injustiça, ou seja, repleta de sinais de morte.
Porém, nosso olhar jovem, sobretudo, nosso olhar de fé e esperança, de quem conhece e busca a cada dia conhecer melhor a realidade do nosso povo, desejamos evidenciar a luz que é sinal de vida.
Assim, nossa fé e opção pastoral nos lança ao mundo, como operários de Cristo num trabalho que geralmente se inicia por motivos e lugares onde há o predomínio de sombras e tristeza, realidade de muitas comunidades que pertencemos, as quais os grupos de jovens emergem clamando por vida.  
Assim a proposta e formação da PJ fomenta e estimula o dinamismo, a criatividade e a força juvenil, garantindo por meio de grupos de jovens ativos nas comunidades, que estes criem estratégias de combate aos sinais de morte, visando a transformação desses espaços sombrios em espaços onde reine o brilho lindo e intenso da luz da vida.
Por isso os militantes da PJ devem se envolver em questões políticas nos espaços onde estão inseridos, tendo em vista que para transformar a realidade é necessário também garantir por diversos meios a execução e construção de uma política pautada na ética e no bem comum, daí a importância de pessoas guiadas pela proposta de Jesus se organizarem e participar ativamente da construção e decisões que envolvem a vida do povo, pois que não participa admite e aceita as iniqüidades presentes no atual cenário social, quem não fala não é ouvido, e nós quanto jovens da PJ devemos ser sensíveis as questões políticas e sociais, anunciando e denunciando, a final somos ou não jovens protagonistas no reino?
A atual conjuntura nos provoca e causa indignação, nos desperta para elementos que precisamos estar atentos, que permeia as linhas políticas e sociais, muitas estão ligados ao trabalho (exploração, desemprego), manipulação dos meios de comunicação, manipulação da política, incentivo ao consumismo e acumulo de riquezas, violência, educação e a inserção e facilidade no acesso a diversos tipos de drogas que hoje é causa de muitas mortes, em especial na faixa etária juvenil. São questões que precisam de um olhar e intervenções por parte do Estado, bem como, da sociedade civil organizada. Daí surge uma pergunta: Como o grupo de jovens que atuo tem discutido sobre estes assuntos? Como está nossa participação no cenário político e social da minha cidade?

A juventude organizada, seja através de grupos de base da PJ ou através de outras organizações que priorizam a vida, tem muito a contribuir na construção de uma sociedade mais justa e melhor de se viver, onde os conflitos sejam extintos e dê lugar a paz, ao amor, a igualdade e a alegria. 

Fé e Política: uma aliança em defesa da vida

A Fé e a Política são elementos fundamentais na vida humana, estando impregnada nas relações sociais, culturais, econômicas e etc, independente da orientação/opção religiosa, classe social, gênero e raça. Neste caso entendendo a Fé como elemento de crença e a Política como elemento que constitui as relações humanas
Sendo assim, na qualidade de indivíduos cristãos católicos, militantes da Pastoral da Juventude (PJ) somos guiados pela fé de Jesus Cristo e orientados pelo seu exemplo de um ser extremamente político que visa às relações humanas pacífica, igualitária, justa e fraterna. Temos então como grande referencial teórico a Bíblia Sagrada, a qual consta o registro da história política do Povo de Deus.
No Antigo Testamento, os profetas já denunciavam as questões políticas que afetavam e oprimiam o Povo de Deus: Isaías (10,1-2) já dizia:
“… ai daqueles que fazem decretos iníquos e daqueles que escrevem sentenças de opressão, para negar a justiça ao fraco e fraudar o direito dos pobres”.
No Novo Testamento, o próprio Filho de Deus vem testemunhar, com a própria vida, que é preciso lutar pelas questões sociais que afetam a vida do povo. Jesus combateu as injustiças, defendeu os mais pobres, bateu com chicote nos corruptos e perdoou a prostituta do seu tempo.
Sendo assim fica explícito que o ensinamento e exigências de Jesus Cristo enfatiza a importância de pensar e compreender as questões sociais, tendo como norte de orientação o amor ao próximo, a caridade, a justiça, a solidariedade e a vida em comunidade.
Jesus foi um grande líder revolucionário, foi um político profético. Essa é a essência de um ser verdadeiramente político, homem que se lança em meio aos mais empobrecidos e luta pela dignidade do seu povo, combatendo com ardor os opressores e poderosos em defesa da vida.

Assim, através da luz divina que nos motiva a caminhar orientados pelo exemplo de Jesus, sendo jovens protagonistas, comprometidos com o reino, organizados em nossas comunidades eclesiais, somos todos os dias convocados a assumir nossa identidade de cristão que acredita que a Fé e a Política estão inteiramente ligadas, sendo uma o suporte para a outra, e que desmembrá-las seria como cortar alimentação de um homem. Pois a clareza desta união, nos possibilita a compreender as questões reais que permeiam a vida em sociedade, se pautado na denuncia do mal e anuncio do bem, buscando intervir e curar as feridas da sociedade, porque a proposta de Cristo é que sejamos sal e luz no mundo, como agentes de esperança, agentes de transformação, agentes promotores e geradores de vida, que visa construir a civilização do amor, vivendo e transformando a realidade.

Fé e Política

FÉ & POLÍTICA

“A Fé sem obras é morta”.

Política?

            “O termo política é derivado do grego antigo (politeía) e podia significar tanto cidade-estado como sociedade, comunidade ou coletividade”.
Política é o conjunto de ações pelas quais as pessoas buscam uma forma de convivência entre os indivíduos, grupos, nações, e etc, tendo como principal enfoque a vida e o bem comum.
Portanto para que se possa ter garantir uma política que defende a vida e o bem comum, faz-se necessário a participação ativa da população, como agentes de livres e com o poder de decidir junto ao Estado, por isso é importante uma sociedade organizada, visto que uma decisão, uma lei, que seja tomada e aprovada no âmbito da política de Estado influenciará diretamente a vida de cada um.
Contudo, é importante ressaltar que a participação política vai muito além do ato de votar, essa participação tem um caráter de construção, de liberdade de expressão, de fazer-se parte do processo decisório do Estado. O voto elege representantes do povo, para que estes possam acompanhar de perto as questões relacionadas as práticas políticas que envolve todas as dimensões humanas e sociais, sendo um porta voz do povo e um mensageiro do Estado, fazendo a interlocução entre estes e contribuindo na difusão das noticias reais que permeiam pelos espaços políticos do legislativo, judiciário e executivo.

A participação popular pode transformar a realidade, essa participação se dá também por meio da atuação em associações, organizações não governamentais (ONG’s),  movimentos sociais, pastorais religiosas, conselhos de direito (conselho da juventude, conselho da criança e do adolescente...), sendo grupos que se reúnem e dialogam sobre a realidade social e buscam criar estratégias de intervenção visando sanar e/ou reduzir problemas socais, tendo em vista o bem comum.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

PJ: 40 anos fazendo a diferença!

A Pastoral da Juventude no Brasil traz uma história de luta, desafios e vitórias!
Sua marca é sem dúvida a proposta  pedagógica de levar o jovem a perceber a sua semelhança com Jesus Cristo e fazer opção por ele e pelas suas causas. São 40 anos de caminhada, 40 anos em constante missão, 40 anos formando jovens lideranças, potencializando o protagonismo juvenil, 40 anos gerando e promovendo vida.

Carregar na bagagem a bandeira da PJ, o ofício divino da juventude e no peito o ardor missionário, o sonho, a fé  e muita esperança são elementos que fazem parte da vida de todo pjoteiro e pjoteira, de norte a sul, no campo e na cidade e de forma especial nas periferias e pequenas comunidades desse imenso país.

Pois ser jovem e ser da PJ, não é ser melhor, nem pior que ninguém... é ser diferente!
É acreditar em outro mundo possível, é colocar a mão na massa para fazer acontecer esse novo mundo... É ver e fazer, novo céu e nova terra onde reina a igualdade, o amor e paz.

Pois a PJ nos inspira e nos anima, a perseverar e a lutar, pois o nosso exemplo é Jesus Cristo aquele jovem que foi capaz de revolucionar o mundo e amou sem medida e sem distinção, com atenção especial aos mais empobrecidos e marginalizados!

Sou PJoteira e  acredito na força e na ousadia da Juventude!


“Se a juventude viesse a faltar, o rosto de Deus iria mudar”.

sábado, 9 de novembro de 2013

Poder Público, Sociedade Civil e Conselho Municipal da Juventude: Ouro Preto em pauta.


Assunto Sério, Muito Sério! Acredito que seja de conhecimento de tod@s que em 14 de setembro deste ano, ocorreu nesta cidade a III Conferência Municipal da Juventude, tendo com um dos principais objetivos a constituição do Conselho Municipal da Juventude. A sociedade civil, através das suas diversas organizações juvenis atuantes na sede e nos distritos do município se fizeram presente no evento. Dialogaram sobre os sonhos e os desafios da juventude no município, visto a realidade de morte que acompanhamos diariamente no nosso ir e vir pelas ruas de nossa Ouro Preto - é possível identificar com facilidade o extermínio da juventude. A realidade de extermínio juvenil muito se relaciona a ausência de políticas públicas que atendam as necessidades das Juventudes. O nosso município é altamente carente nesse aspecto, entendo que falta pensar as políticas públicas para juventude COM a juventude. Não adianta propor políticas para aquilo que não se conhece, não serão eficientes. #Fato Quanto a esse pensar de forma coletiva, não podemos falar que a Juventude não se interessa (como por vezes ouço por aí), pois se esta fosse a realidade a sociedade civil não teria feito a sua parte de garantir a composição do "tão sonhado e possível Conselho", os jovens eleitos democraticamente nesta conferência estão aguardando o poder público indicar seus representantes, os jovens reconhecem a importância deste instrumento e quer muito trabalhar pela vida da Juventude. Pois, A JUVENTUDE QUER VIVER! Aguardamos essas indicações do poder público, que já deveriam ter sido feitas a muito tempo. Qual é a dificuldade? Não há nomes no governo que possam colaborar neste espaço de construção? O governo deseja se manter como espectador do extermínio da juventude? Sinto muito, mas essa atitude (de omissão) é de quem "deseja" promover esta violência! Prova disso foi a pequena participação do poder público na conferência. Enfim... Aguardamos um posicionamento do governo sobre este assunto o mais rápido possível. (espero que sejam coerentes com a missão que optaram em executar no município). Ressalto que a Secretaria de Esporte a qual o Conselho está vinculado através da lei, colaborou na construção da conferencia exercendo seu papel, mas que não se esgota na realização do evento, pois a missão começa quando a conferência termina! Saudações de esperança.

domingo, 3 de novembro de 2013

MATERIALISMO

Antes que o escultor talhe o tronco de madeira
A peça está toda pronta na sua mente de artista
Que já contempla feliz o que ainda será.

Antes mesmo que o engenheiro desenhe a casa de seus sonhos
Risonho visita em si a moradia acabada
Que ainda vai ser revelada num pedaço de papel.

Bem antes que o pintor deslize o pincel sobre a tela
O quadro está terminado na fértil imaginação.
Dependurado no quarto de uma vida em construção.

Muito antes que o poeta dê forma a seu poema
Insuflando vida plena no tecido da palavra
A poesia inteira já lhe inunda a alma.

Antes que o Jequitibá fosse árvore frondosa
Ficaria todo guardado numa pequena semente
Que ousara fazer-se terra no seio da liberdade.

Antes que a revolução subverta a sociedade
Plantara a raiz no coração dessa gente
Na chama do fogo ardente da consciência engajada.

Mas antes do antes do antes do antes da explosão consciente
Os pés metidos no chão se encheram de memória
Nessa longa trajetória da matéria em construção.


Fonte: FERNANDES, Antônio Claret. Suspeitas. Belo Horizonte: Código Editora, 2012. p.46-47.