domingo, 24 de agosto de 2014

Mais um ciclo de vida concluído: É tempo de agradecer a Família Pastoral da Juventude

“O Caminho se faz Caminhando”


Entre os dias 22 e 24 de agosto, edificamos mais um marco histórico da PJ, no acolhedor município de Mariana, especificamente no Distrito de Passagem de Mariana, onde as famílias e comunidade paroquial abriram as portas e o coração para receber a juventude das 5 regiões pastorais desta arquidiocese...

Ousadia, Missão e Alegria foram as 3 palavras que  inspirou a X Assembleia da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Mariana, seguida pelo lema: Sandálias na terra e no asfalto, marchamos rumo ao que não se vê, se crê.
Para a PJ um marco histórico. Para mim a conclusão de um ciclo marcado por alegrias, desafios, aprendizado  e esperança...

É tempo de agradecer...

Com o coração apertado e cheio de esperança de ter cumprido a missão a frente da PJ nos últimos anos eu só tenho a agradecer a cada um e cada uma que marcou a minha vida neste período, deixando marcas que sem dúvida serão eternizadas.

Antes de falar da Equipe Central, refiro-me a 2 pessoas muito importantes que quero agradecer,  Alina de Paula e Leonardo Sobreira, os quais me convidaram para vivenciar a experiência do Grupo de Jovens, sendo este o Grupo JIM (da minha comunidade). Através deles o primeiro contato  e o encantamento.    
   
Ao Padre Marcelo Santiago, aos membros dos Grupos JIM, JUCC, JDC, JAC, JRL e JIC da paróquia de Santa Efigênia o apoio, incentivo e confiança desde os meus primeiros passos na vida pastoral.

Aos grupos de jovens, lideranças da PJ Norte e ao Padre Geraldo Barbosa, quero agradecer por todas as experiências partilhadas, aprendizado e principalmente a oportunidade de representá-los na coordenação arquidiocesana, e ao mesmo tempo fica o pedido de desculpa pelas falhas cometidas ao longo do caminho. (recordo com alegria e saudade de cada um e cada uma, visto que muitos se tornaram grandes amig@s... Como é bom lembrar as visitas, as reuniões intermináveis, os eventos realizados, os imprevistos... os rocks... as noites viradas, ora preparando encontros ora partilhando a vida! Nossa... vc’s me ensinaram muito).

Ah ... Equipe Central, como foi fundamental para minha formação quanto pessoa, caminhar com vc’s...

Como foi importante sorrir, chorar, amar, frustrar e vencer  ao longo destes anos...Como foram marcantes nossas partilhas de vida, nossas discussões, nossas construções. Sonhamos e sonhamos muito coletivamente e com força, determinação, ousadia e fé muitos sonhos foram conquistados, e muitos ainda serão realizados pelos companheir@s que assumem o serviço!
Andreza, Ana, Barbára, Dani, Diego, Diony, Fábio, Fernanda, Gilberto, Juninho, Kátia, Mirele, Murilo, Samuel, Wandinho. A vc’s um agradecimento especial...

Obrigada pela escuta, pelo cuidado, pelo carinho, pelos puxões de orelha e principalmente pela participação em minha vida para além do campo pastoral.

Desse ciclo que encerramos, fica diversos frutos colhidos ao longo desses anos de convivência, sem dúvida a amizade é o mais belo de todos, tenho plena certeza que esta será para vida toda, pois carregarei todos os dias de minha um pouco de vc’s dentro de mim, e tem marcas que o tempo e a distância não são capaz de apagar. Tenho certeza que nos encontraremos muitas e muitas vezes para celebrar a vida e as conquistas de cada um e cada uma... Faremos muitos brindes, sentaremos em diversos “butecos”, freqüentaremos diversas missas juntos e juntas... Caminharemos sempre em sintonia uns com os outros, pois além de termos uma causa, partilhamos nossos projetos de vida... 

AMADOS & AMADAS MEUS SICEROS AGRADECIMENTOS POR TUDO! QUERO VOCÊS SEMPRE PRESENTE EM MINHA VIDA!

Aproveito o momento para agradecer também a PJ Leste 2.  Juventude linda,  mineira e capixaba que tive a oportunidade de conviver , aprender e estabelecer laços de amizades verdadeiras.  A cada um e cada uma meus sinceros agradecimentos.

Enfim...

Não tenho palavras para descrever tudo que vivi, só sei dizer que foi lindo!

É chegado o momento de trilhar novos rumos, fazer novos sonhos acontecerem, ocupar outros espaços e deixar que outros jovens vivenciem essa experiência, que sem duvida contribuiu expressivamente para a construção da minha identidade.

Encerro esse ciclo com uma bagagem repleta de coisas boas, dentro dela há o conhecimento adquirido através do convívio com cada um e cada uma.  Levarei por onde eu caminhar...
Na certeza que nossa missão é amar e servir seguiremos firmes na luta, munidos de esperança rumo a construção da Civilização do Amor.

Que Jesus e Maria abençoe e ilumine os caminhos de cada um cada uma que encerra esse ciclo e dê força e perseverança aos que iniciam.

Fraterno abraço no coração de todos e todas da Familia Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Mariana.



Amém, Axé, Awerê, Aleluia!


"Se a Juventude viesse a faltar, o rosto de Deus iria Mudar".


#PJEuAcredito 

domingo, 3 de agosto de 2014

A tentativa de retorno da velha direita brasileira ao poder




Existe no Brasil uma estratégia muito bem articulada com os setores conservadores da sociedade que contam com o apoio da grande imprensa para preparar o retorno dos neoliberais ao poder. Entretanto, o discurso utilizado contra a presidenta Dilma Rousseff e seu partido, o PT, parece não encontrar o eco necessário junto à maioria da população, hoje muito mais politizada e menos manipulável.
O desespero se ampara nos conservadores brasileiros, que esperavam a derrota da seleção brasileira e apostavam no fracasso total da Copa do Mundo de futebol. O movimento Não Vai Ter Copa saiu de campo com a bola furada! A campanha orquestrada no plano internacional para desacreditar o Brasil foi logo desmascarada. O principal motor do aquecimento da campanha presidencial da oposição falhou. Todavia, ela não desarmou sua fortaleza, e tudo já está preparado para a guerra política. No momento em que se aproxima a data da abertura oficial da campanha presidencial, o debate político vai se intensificar, todavia, a tendência é de se denegrir a política.
Pelo visto, esta campanha anuncia-se como a mais violenta da história da política brasileira. Possuídos pelo sentimento de ódio, os representantes da direita, da elite conservadora perderam a capacidade do raciocínio político. Dificilmente forjarão argumentos para entender porque perderam três eleições presidenciais. Dificilmente esta ala reacionária da direita entenderá porque um partido político como o PT chega ao poder liderado por um operário metalúrgico que, sem maioria para governar, chega a compor com partidos ditos de direita e do centro e cria uma aliança estratégica com o poder econômico e financeiro simplesmente para salvar o país da bancarrota. Patriotismo econômico? Diriam alguns… Como este pequeno operário e sua equipe conseguiram governar um país de dimensão continental dentro das normas republicanas, sem grandes conflitos que pudessem paralisar o funcionamento da democracia?
Como negar que o Brasil saiu da periferia para ser um ator influente na cena internacional graças aos governos de Lula e Dilma? Na certa, os artesãos de um mundo para todos estão conscientes do papel que o Brasil pode jogar diante de um planeta multipolar. Todos esses avanços perturbam a estratégia política dos conservadores de direita no Brasil.
Dar respostas coerentes com instrumentos pertinentes de análises política e econômica será quase impossível para aqueles que não se renovaram politicamente. Isto é fácil de observar, tendo em vista que no plano ideológico o discurso dos adversários de direita é retrógrado e não corresponde mais à evolução do pensamento político face ao desafio de um mundo multipolar.
Talvez, o melhor fosse dizer que existem hoje, no Brasil, velhas direitas e esquerdas inovadoras que buscam alternativas num modo de governar face à predominância do modelo neoliberal mundial. Esse tipo de "esquerda tropical”, por exemplo, a que governa o Brasil nesses últimos 10 anos foge de todos os critérios de enquadramento ideológico que lhe quer impor o campo da velha direita herdeira da Casa Grande e Senzala. Os reacionários desta direita rançosa que defendeu a ditadura no Brasil contra o ‘perigo vermelho’, até hoje continua a promover um anticomunismo primário que integram suas mentes afetadas por uma visão simplista, reducionista que eles têm do Bem e do Mal.
A esquerda na América Latina com rara exceção, é uma esquerda que renunciou a transformar a sociedade pela via revolucionária, preferindo transformá-la pela via democrática que incentiva a participação social. Ao mesmo tempo em que tenta conciliar um modelo de desenvolvimento mais igualitário respeitoso dos direitos humanos. Trata-se de uma esquerda que não é contra a economia de mercado, todavia, tenta criar uma economia mais solidaria. Incentiva as empresas privadas a investir em obras publica optando por parcerias com o Estado.
O Estado sob os governos de Lula e Dilma se definiu como um Estado regulador e promotor da inclusão social. Vale ressaltar que apesar da maioria de brasileiros ter dado preferência aos candidatos do PT nesses, últimos anos, isto não quer dizer que as forças reacionárias e conservadoras tenham diminuído no Brasil. Ao contrário, a ala conservadora se revigora e surge, hoje, muito mais articulada e muito mais perigosa. Eles serão capazes de investir todos os meios necessários para impedir um novo mandato para a presidenta Dilma. Hoje a direita busca aliados até no campo da esquerda da esquerda, nos extremos. Uma direita que sem argumentos e sem proposta alternativa aposta no desgaste dos 10 anos de governos do Partido dos Trabalhadores. Repetem em bloco que o PT e Dilma são responsáveis por tudo de mal que aconteceu no Brasil, inclusive do vírus da corrupção que contaminou todas as instâncias do poder e que persiste há séculos no Brasil!
Dotados de amnésia política, esquecem que eles estiveram ocupando todos os poderes durante varias décadas, eles não somente compraram votos para a reeleição do FHC, mas assaltaram as riquezas nacionais vendendo as grandes empresas públicas, privatizando as riquezas do solo e subsolo a preços abaixo do mercado. Eles praticaram uma política de depreciação do patrimônio nacional. Se eles tivessem permanecido por mais um mandato a Petrobras seria privatizada como foi a Vale do Rio Doce!
Apesar do bombardeamento mediático vai ser difícil suprimir da memória de um povo a crise econômica, a agravação das desigualdades sociais, da miséria urbana e rural vivida por milhões de brasileiro nos períodos faustos da ideologia neoliberal defendida pelo PSDB e aliados.
Levar uma discussão a fundo sobre os resultados dos programas tanto econômico como social dos governos do PT e aliados é uma tarefa difícil para uma oposição rancorosa e movida pelo ódio.
A direita no Brasil tem um magro balanço apesar de quase um século controlando as rédeas de todos os poderes no Brasil. Esta nunca se deu conta que uma sociedade desigual engendra violência e acumula problemas sociais. Daí o descaso que sempre tiveram no tratamento da exclusão social. Basta ler e escutar o que diziam a respeito da Bolsa Família… Para eles o Bolsa família era a "Bolsa Esmola”, era um programa puramente clientelista. Depois que a ONU considerou o programa como o melhor exemplo a ser seguido de política pública de distribuição de renda no mundo, eles passaram o formatar um novo discurso.
Nesse contexto, parece oportuno destacar a importância de políticas públicas voltadas ao combate à pobreza e às iniquidades durante os governos de Lula e Dilma. Apesar de todos os investimentos, o atraso acumulado durante séculos fazem com que os índices de desigualdades no Brasil ainda continuem elevados Sabe-se que as desigualdades geram uma sociedade enferma, sem auto-estima, inclusive depressiva. Um dos indicadores do sucesso dos programas de inclusão social realizados pelos governos de Lula e Dilma é justamente o aumento da auto-estima nas camadas pobres.
O dilema da velha direita será de argumentar com velhas receitas que o neoliberalismo continua sendo a melhor via para governar o Brasil.
A presidenta Dilma, mesmo sendo criticada pela oposição de esquerda, talvez tenha mais capacidade para propor mudanças para seu segundo mandato do que a velha direita e seus aliados. Estes conservadores têm um passado e um presente comprometido com a filosofia e ideologia neoliberal.
Para os adeptos do neoliberalismo o Estado deveria ser privatizado perdendo seu papel de regulador econômico e social. Como denunciar a falta de serviços públicos quando eles sempre defenderam a privatização?
O que está em jogo hoje é um projeto de sociedade baseado numa nova concepção de desenvolvimento que leve em conta a dimensão humana e os desafios ambientais. A crise econômica relegitimou o papel do Estado, todavia, urge agora uma redefinição no modo de intervir no desenvolvimento territorial brasileiro levando em conta o potencial sócio-econômico-cultural e a diversidade de nossos ecossistemas. A referência "desenvolvimentista” baseada numa concepção puramente economicista não é suficiente para reduzir os desequilíbrios regionais, diminuir as desigualdades no meio rural, ou melhorar as condições de vida em nossas cidades.

Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=81713

Tempero da Palavra é o Silêncio

No terreno fecundo do silêncio nasce, cresce e matura a Palavra. Não as palavras, no plural e com letra minúscula, constituídas não raro por um palavreado oco, vazio e estridente, sem qualquer conteúdo. Mas a Palavra, no singular e com letra maiúscula, aquela que traz consigo um sentido vivo, criativo e libertador. Por isso é que pouco ou nada tem a dizer quem se revela incapaz de silenciar. Quantas vezes quem não sabe o que dizer põe-se, sem mais nem por que, a falar! Limitar-se-á a imitar a si mesmo ou aos outros, reciclando as palavras ao invés de recriá-las. Bem diz o ditado popular que "quem não reflete se repete”. Somente será capaz de dizer algo novo e verdadeiro quem é igualmente capaz de calar e ouvir. O sábio ensina a desconfiar de quem fala demais e o coração aflito e desesperado sabe que muito diz quem pouco fala. O silêncio, quando não fruto de um mutismo encerrado sobre si mesmo, costuma ser mais eloquente que todo vão palavrório.
Três aspectos formam uma conditio sine qua non para que a preparação da terra onde o silêncio revela toda a fertilidade da Palavra: parar, repousar e silenciar. De fato, quem não é capaz de parar, tampouco será capaz de dar novos passos. Sem um discernimento contínuo e apropriado, atropela-se a si mesmo e aos demais. Vive multiplicando repetidamente os próprios passos ou os passos alheios, sem dar-se conta que estes, muitas vezes, não passam de atalhos equivocados. Claro que é mais fácil caminhar sempre, mover-se a todo custo, correr em qualquer direção e fazer muitas coisas. Fazer, fazer, fazer... coisas, coisas, coisas... A sociedade moderna e pós-moderna, marcada pela revolução tecnológica e informática, nos impele cotidianamente a isso: produção, produtividade, consumo e ativismo. Difícil é fazer uma parada para reflexão, avaliação e renovação do próprio caminhar. Mas uma coisa é certa: nenhum carro chegará ao próprio destino se não estiver disposto a parar nos postos de abastecimento. Eis o ponto: parar, abastecer para prosseguir a viagem.
Vale o mesmo para o conceito de repousar. No contexto atual da economia globalizado e do mundo em "agitação febril”, repousar parece um luxo desnecessário e até mesmo inútil. O importante é acumular fatos e feitos, estar sempre em movimento, aparentar ação. Não poucas vezes, porém, um momento de repouso, para avaliação e retomada, pode trazer maior e melhor benefício que horas, dias e mesmo meses de atividade sem descanso. O verdadeiro repouso, como sabemos, tem raízes bíblicas. Diz o Livro do Gênesis que Deus fez o mundo em seis dias e, no sétimo, descansou. Daí a tradição do sábado ou domingo, Dia do Senhor, não um tempo para ser desperdiçado, mas para "demorar-se extasiados com aquele que sabemos que nos ama”, como lembra Santa Teresa D’Ávila. Somente uma boa parada e um bom repouso nos proporciona o equilíbrio necessário para tomar novamente o trabalho. Novas e difíceis decisões nos esperam! É preciso estar em paz consigo mesmo e com os outros para tomar resoluções acertadas.
Chegamos, por fim, à necessidade de silenciar. Parar, repousar, silenciar são reflexos de um mesmo e único espelho. Espelho de dupla dimensão, cuja imagem retorna sobre nós mesmos e nos interpela: ao mesmo tempo que mostra nossas imperfeições, debilidades e fraquezas, também aponta nossas energias e potencialidades, bem como nossa vontade de acertar. É justamente nesse confronto entre as erros e falhas, perguntas e dúvidas, de um lado, e o firme desejo de superá-las, de outro, que se engendram palavras temperadas pelo condimento do silêncio. As únicas que, implícita ou explicitamente, conduzem à Palavra e que, por isso mesmo, trazem a força e a mística de vida nova, de criatividade e de libertação. As únicas dignas de serem ditas e ouvidas, penetrando profundamente no coração, na alma e nas entranhas mais íntimas ocultas de nosso ser.

Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=81361&langref=PT&cat=24