terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Seminário Nacional da Campanha Contra a Violência e Extermínio de Jovens

"Vamos juntos gritar, girar o mundo...
Chega de Violência e Extermínio de Jovens..."




Aprofundar o debate com a sociedade e formular propostas concretas para o enfrentamento da violência serão algumas das prioridades da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens para os próximos anos. A conclusão é resultado do seminário nacional que terminou no último domingo (19), em Salvador, e reuniu representantes de todas as regiões do país, além de organizações que apoiam a defesa dos direitos da juventude.


Na avaliação da coordenação nacional, o encontro foi exitoso na construção de novos horizontes, realizou uma boa análise sobre o panorama do primeiro ano de existência da Campanha e pontuou desafios para o próximo período. O planejamento prevê para 2011 a divulgação do texto base até o mês de abril, um seminário nacional em agosto e a 1ª Semana Nacional de luta contra a violência e o extermínio de jovens em novembro, antecedendo o Dia Nacional da Consciência Negra.


O planejamento visa, também, a construção da marcha nacional da Campanha, programada para acontecer no mês de julho de 2012, em Brasília. Dentro da estratégia, ainda constam as atividades permanentes das Pastorais da Juventude (Semana da Cidadania, Semana do Estudante e Dia Nacional da Juventude) que terão como eixo os debates da Campanha. As ações previstas deverão contribuir para continuar sensibilizando a sociedade e denunciando o extermínio dos jovens brasileiros.


Além das atividades planejadas, outro desafio pontuado pelos participantes do seminário é o de ampliar o diálogo com as forças sociais interessadas em discutir o tema da violência e pensar formas de enfrentamento para esta questão. “Refletir sobre temas como drogas, violência praticada pela mídia, violência policial e violência doméstica, por exemplo, são fundamentais para avançarmos”, observa o membro da coordenação da Campanha, Felipe da Silva Freitas.


Chega de violência!Lançada em novembro de 2009, a Campanha é uma iniciativa das Pastorais da Juventude do Brasil, com o apoio do Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A intenção é debater as diversas formas de violência praticadas contra a juventude, denunciar o extermínio de milhares de jovens no Brasil e desencadear ações que possam mudar a realidade.


Com uma taxa de até 51,7 homicídios para cada 100 mil, o Brasil é o 3º país com mais assassinatos de jovens no mundo, atrás de Colômbia e Venezuela. A conclusão consta do estudo Mapa da Violência 2010 – Anatomia dos Homicídios no Brasil, divulgado pelo Instituto Sangari. Segundo relatório da Ritla - Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, no Brasil morrem por dia, em média, 54 jovens vítimas de homicídio.


Fonte: Gelinton Batista / Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens

RUMO A 2011

QUE TUDO SE REALIZE NO ANO EM QUE VAI NASCER...




Que nesse ano possamos sonhar,

E acreditar, de coração, que podemos realizar cada um de nossos sonhos,

Que esses sonhos possam ser compartilhados pelo bem,

E que eles tenham força de transformar velhos inimigos em novos amigos verdadeiros.

Que nesse ano possamos abraçar,

E repartir calor e carinho,

Que isso não seja um ato de um momento,

Mas a história de uma vida.

Que nesse ano possamos beijar,

E com os olhos fechados, tocar o sabor da alma,

Que tenhamos tempo para sentir toda a beleza da vida,

E que saibamos senti-la em cada coisa simples,

Que nesse ano possamos sorrir,

E contagiar a todos com uma alegria verdadeira,

Que não sejam necessárias grandes justificativas para nosso sorriso,

Apenas a brisa do viver,

Que nesse ano possamos cantar,

E dizer coisas da vida,

Que não sejam apenas músicas e letras,

Mas que sejam canções e sentimentos,

Que nesse ano possamos agradecer,

E expressar a Deus e a todos:

“Muito Obrigado!”,

Que nesse “todos” não sejam incluídos apenas os amigos,

Mas também aqueles que, nos colocando dificuldades, nos deram oportunidades de sermos melhores.

E assim começamos mais um Ano Novo,

Um dia que nasce, um primeiro passo, um longo caminho,

Um desafio, uma oportunidade e um pensamento:



“Que nesse ano sejamos, Todos, Muito Felizes!”



Fonte: autor desconhecido

sábado, 18 de dezembro de 2010

Video da música postada anteriormente.

(Fonte: idem postagem anterior)

CANTANDO, DANÇANDO & LUTANDO.

A JUVENTUDE QUER VIVER !!!!!!!!!


Letra: Wesley, PC, Jennifer, Jorge e Graça. Música: Graça.

A juventude quer viver...Na luta contra o extermínio e a favor da vida
A juventude quer viver... (2x) (é pela vida, a favor da vida)

1. Não sou o seu futuro, Somos todos o Agora,
Não quero ser mais um, eu quero é ver na história.
O meu protagonismo somado com o seu
E um outro mundo que é possível. Aconteceu!

2. Sujeito de direito, sou assim como você
Quero minha singularidade, você vai ver
Não julgue, não critique, deixe eu me mostrar
E com muita surpresa você vai se encantar.

3. Me dizem que Eu posso mudar a sociedade
Mas quando eu me revelo, não falam a verdade
Eu quero é mais trabalho, saúde e educação
E ter minha igualdade perante a Nação.

4. Meu corpo não é objeto, eu tenho a noção
E digo não ao consumismo que aumenta a erosão
Respeito minha vida e a do meu país
A terra, o vento a água eu quero é ser feliz.

5. Sou jovem e sou pobre sou negro e sou feliz
As vezes também choro, assim é que eu me fiz
Assumo o compromisso.
Eu quero ser melhor, mas
NÃO ACEITO A MORTE, E O EXTERMÍNIO!... (Eu quero vida)

6. Escutem o que eu digo, vamos participar,
Um: Não - a violência, você pode falar,
É com a gratidão que vamos revelar
Que a paz vence a ilusão da morte nos calar.

7. Eu penso,
Eu sonho, eu vivo e às vezes perco a fé
Até acho que é o fim, mas não dobro e fico em pé
Eu olho para trás e vejo o que consegui
E volto a lutar pelo o que é melhor pra mim.

8. Formar, e educar, superar e acolher,
Lutar em prol da vida aqui vamos viver,
Em meio a essa guerra somos todos mais que irmãos
Já temos a nossa tela pra pintar essa Nação. (a consciência).


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PLANETA TERRA EM 2070


SE NADA FOR FEITO....



Estamos no ano de 2070, acabo de completar os 50 anos, mas a minha aparência é de alguém de 85.Tenho problemas renais sérios porque bebo pouca água. Creio que me resta pouco tempo.
Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.
Recordo quando tinha 5 anos. Tudo era muito diferente.
Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro com cerca de uma hora.
Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele.
Antes todas as mulheres mostravam a sua formosa cabeleira.
Agora devemos raspar a cabeça para a mantê-la limpa sem água.
Antes o meu pai lavava o carro com a água que saia de uma mangueira.
Hoje os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma.
Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava; pensávamos que a água iria durar para sempre.
Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos d’água estão irreversivelmente contaminados ou esgotados.
Antes a quantidade de água indicada por dia eram oito copos.
Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta em grande quantidade o lixo, tivemos de voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado porque as redes de esgotos não se usam por falta de água.
A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não têm a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera.
Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.
As infecções gastrointestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.
A indústria está paralisada e o desemprego é dramático.
As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-te com água potável em vez de dinheiro.
Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas.
A comida é 80% sintética. Pela ressecamento da pele uma jovem de 20 anos esta como se tivesse 40.
Os cientistas investigam, mas não há solução possível.
Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores o que diminui o coeficiente intelectual das novas gerações.
Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos, como consequência há muitos meninos com deficiências, mutações e deformações.
O governo até cobra-nos pelo ar que respiramos. 137 m3 por dia por habitante e adulto.
A gente que não pode pagar é retirada das “zonas ventiladas”, que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar, não são de boa qualidade mas pode-se respirar, a idade média é de 35 anos.
Em alguns países ficaram manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exército, a água tornou-se um tesouro muito cobiçado, mais do que ouro e diamantes.
Aqui em troca, não há arvores porque quase nunca chove, e quando chega a registrar-se precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano tem sido severamente transformadas pelas provas atômicas e da indústria contaminante do século XX.
Advertia-se que havia que cuidar o meio ambiente e ninguém ligou.
Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo como eram bonitos os bosques, falo-lhe da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente.
Ela pergunta-me:- Papai! Porque acabou a água?
Então, sinto um nó na garganta, não posso deixar de sentir-me culpado, porque pertenço à geração que deu continuação à destruição do meio ambiente e não ligamos aos avisos.
Agora os nossos filhos pagam um preço alto e, sinceramente, penso que a vida na terra já não será possível dentro de muito tempo porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.
Como gostaria voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto quando ainda podíamos fazer algo para salvar o nosso planeta Terra!




Fonte: Documento extraído da revista biográfica “Cronicas de Los Tiempos” de Abril de 2002.

CARTA DA TERRA

Nossa Terra, Nossa Casa!
Precisamos cuidar Dela...




PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que, nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.
Terra, Nosso LarA humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
A Situação GlobalOs padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e é causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
Desafios Para o FuturoA escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano é primariamente ser mais, não, ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios, ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.
Responsabilidade UniversalPara realizar estas aspirações devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos ao mesmo tempo cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual, a dimensão local e global estão ligadas. Cada um comparte responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem estar da família humana e do grande mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo presente da vida, e com humildade considerando o lugar que ocupa o ser humano na natureza. Necessitamos com urgência de uma visão de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à emergente comunidade mundial. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas de negócios, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.


PRINCÍPIOSI. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA


1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente do uso humano.b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.a. Aceitar que com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger o direito das pessoas.b. Afirmar que, o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder comporta responsabilidade na promoção do bem comum.3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e dar a cada a oportunidade de realizar seu pleno potencial.b. Promover a justiça econômica propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.4. Garantir a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, a longo termo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.Para poder cumprir estes quatro extensos compromissos, é necessário:II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.a. Adotar planos e regulações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas em perigo.d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.e. Manejar o uso de recursos renováveis como a água, solo, produtos florestais e a vida marinha com maneiras que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.f. Manejar a extração e uso de recursos não renováveis como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminua a exaustão e não cause sério dano ambiental.6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e quando o conhecimento for limitado, tomar o caminho da prudência.a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica seja incompleta ou não conclusiva.b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmam que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo termo, indiretas e de longa distância.d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis como a energia solar e do vento.c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais saudáveis.d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar aos consumidores identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.e. Garantir acesso universal ao cuidado da saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e o suficiente material num mundo finito.8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e uma ampla aplicação do conhecimento adquirido.a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.


III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA


Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social, econômico e ambiental.a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e dar seguro social [médico] e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se a si mesmos.c. Reconhecer ao ignorado, proteger o vulnerável, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.10. Garantir que as atividades econômicas e instituições em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro e entre nações.b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e aliviar as dívidas internacionais onerosas.c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas laborais progressistas.d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas atividades.11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, ao cuidado da saúde e às oportunidades econômicas.a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiros plenos e paritários, tomadores de decisão, líderes e beneficiários.c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a criação amorosa de todos os membros da família.12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, dando especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas na raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os para cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.d. Proteger e restaurar lugares notáveis, de significado cultural e espiritual.


IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ.


Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, a participação inclusiva na tomada de decisões e no acesso à justiça.a. Defender o direito a todas as pessoas de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tivessem interesse.b. Apoiar sociedades locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na toma de decisões.c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição [ou discordância].d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo mediação e retificação dos danos ambientais e da ameaça de tais danos.e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes e designar responsabilidades ambientais a nível governamental onde possam ser cumpridas mais efetivamente.14. Integrar na educação formal e aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e a jovens, oportunidades educativas que possibilite contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.b. Promover a contribuição das artes e humanidades assim como das ciências na educação sustentável.c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massas no sentido de aumentar a conscientização dos desafios ecológicos e sociais.d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e diminuir seus sofrimentos.b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento externo, prolongado o evitável.16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas. c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa. e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.



O CAMINHO ADIANTE


Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca iminente e conjunta por verdade e sabedoria. A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva. Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento. Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.




terça-feira, 7 de dezembro de 2010

NÃO AO RACISMO

OS DIREITOS PRECISAM SER VERDADEIRAMENTE UNIVERSAL...









A criança, ao vivenciar esse cotidiano de desigualdade, tem a percepção de que negros, brancos e indígenas ocupam lugares diferentes.




O Brasil é formado por muitas cores, vindas de quase todas as regiões do mundo. Essa combinação de diferentes povos e culturas é, sem dúvida, uma característica da população brasileira.



Mas, se essa diversidade é uma riqueza, por que ainda persistem desigualdades nas oportunidades?



Com o crescimento econômico brasileiro das últimas décadas, o analfabetismo caiu, a população tornou-se predominantemente urbana e o sistema de ensino superior passou por uma grande expansão.



Em geral, as desigualdades de renda diminuíram, resultado de políticas salariais e de transferência de renda aliadas a forte política de proteção social e expansão industrial. Mesmo assim, as desigualdades raciais persistiram e, em alguns aspectos, continuam críticas.



Embora as políticas públicas no país tenham sido construídas para todas as crianças, ainda não foram universalizadas em seus efeitos.



Estudos socioeconômicos e análises do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostram que os avanços alcançados não conseguiram ainda gerar impactos suficientes nas situações de desigualdades da população -sobretudo de crianças, adolescentes e mulheres negras e indígenas. A falta de acesso a serviços impõe obstáculos a negros e indígenas mesmo antes do nascimento.



Apenas 43,8% das grávidas negras têm acesso ao mínimo de sete consultas pré-natais, indicador que entre as brancas é de 72,4%.



Tal fato produz um efeito imediato e devastador na vida da criança.



Um bebê negro tem 25% mais chance de morrer antes do primeiro aniversário do que uma criança branca. Essa desigualdade é mais assustadora entre crianças indígenas, que têm duas vezes mais chances de não sobreviver aos primeiros 12 meses de vida em relação às crianças brancas.



O racismo também compromete o direito de aprender. Uma criança indígena tem quase três vezes mais chance de estar fora da Escola do que uma criança branca. Da mesma forma, do total de 530 mil crianças de sete a 14 anos que não estudam, 62% são negras (Pnad, 2009).



Na adolescência, encontramos uma das faces mais cruéis do impacto do racismo. O Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) mostrou que um adolescente negro que vive nas cidades com mais de 100 mil habitantes tem 2,6 vezes mais risco de morrer vítima de homicídio do que um branco.



Quando se fala em pobreza, a iniquidade segue o mesmo perfil. No país, 45,6% das crianças vivem em famílias pobres (renda per capita de até meio salário mínimo). São 26 milhões de crianças nessa situação. Dessas, 17 milhões são negras.



A análise segundo a cor de pele confirma a desigualdade socioeconômica e revela uma profunda desigualdade racial. Entre as crianças brancas, a pobreza atinge 32,9%; entre as crianças negras, 56%.



As estatísticas oficiais mostram uma situação de desvantagem e exclusão que tem reflexos muito concretos na vida de crianças e adolescentes. A criança, ao vivenciar esse cotidiano de desigualdade, tem a percepção de que negros, brancos e indígenas ocupam lugares diferentes na sociedade.



Por isso, torna-se fundamental uma socialização que desconstrua essa percepção, contribuindo dessa forma para mudar a realidade.






A campanha que o Unicef acaba de lançar promove a reflexão sobre essas disparidades raciais. O objetivo é alertar a sociedade sobre o impacto do racismo na infância e na adolescência e estimular iniciativas de redução das desigualdades.Não podemos aceitar que a cor da pele determine a vida de crianças. Afinal, qual sorriso é mais bonito? Qual vida vale mais?






Reconhecer e lutar contra o impacto do racismo na infância é condição primordial para uma sociedade que deseja garantir a igualdade de oportunidades e a valorização da diversidade para todos.






FONTE: Folha de São Paulo (SP)

PARQUE IBITIPOCA - MG













GEOMORFOLOGIA







O Ribeirão do Salto é todo encachoeirado (...) as águas, pela erosão durante vários séculos deixaram, em vários trechos, paredões talhados a pique, bordando as margens do ribeirão. Linchenes de várias cores, installados nessas altas paredes verticaes, formam desenhos caprichosos nos quaes o povo enxerga figuras de santos. (...) Separados pelo valle do ribeirão do Salto, ficam os pontos culminantes da serra – um na vertente direita, chamado "Lombada" e tendo 1.762m de altitude; outro, na esquerda é denominado "Pião", com altitude de 1.727m."Álvaro da Silveira, 1922.








RelevoA Serra do Ibitipoca está na interseção entre o Planalto de Itatiaia, que faz parte da Região Geomorfológica da Mantiqueira Meridional (pertencente ao Domínio das Faixas de Dobramentos Remobilizados do Brasil), e o Planalto de Andrelândia, faz parte da Região dos Planaltos do Alto Rio Grande (pertencente ao Domínio dos Remanescentes de Cadeias Dobradas do Brasil) (RADAMBRASIL, 1983).










Geologicamente a Serra está na unidade do Planalto de Andrelândia, que é constituída pelos relevos elaborados nas rochas metassedimentares do Grupo Andrelândia, como quartzitos e alguns trechos de rochas cristalinas do Gnaisse Piedade. Sobre estas rochas, localmente, desenvolvem-se solos tipos Cambissolos álicos, e Latossolos Vermelho-Escuro (RADAMBRASIL, 1983).






O desenvolvimento mais acentuado da erosão nos gnaisses das áreas adjacentes (compostas por morros, colinas e formas intermediárias), devido a menor resistência, e, portanto maior resposta às forças exógenas (o controle climático/ fluvial foi maior), permitiu o realce topográfico da Serra, onde predominou em relação ao intemperismo. Resultantes dos dobramentos formaram-se duas cristas anticlinais na área do Parque, sendo elas paralelas, e correspondendo às áreas mais altas da localidade. Atingem 1784m de altitude, no Morro da Lombada, e na crista paralela, 1721m no Pico do Pião.


O relevo da área do Parque, em escala local, apresenta as seguintes formas:



Topos: horizontalizados e alongados (cristas anticlinais), declividade entre 3 e 7°30’ arredondados (ondulações nas cristas), declividades entre 3 e mais de 17° .


Vertentes: verticalizadas (abruptas ou retilíneas), declividades entre 25 e mais de 45° em patamares estruturais1; em talus2, declividades entre 17 e mais de 25°; esfoliadas3 (esfoliação esferoidal), declividades entre 17 e mais de 25°; convexizadas, declividades entre 17 e mais de 25°.



Vales: quanto à origem são primitivos (desenvolvidos em sinclinais), e / ou erosivos (desenvolvidos por águas pluviais ou fluviais; desabamentos/erosão subterrânea); quanto às formas são assimétricos: em garganta (vertente e paredão); simétricos em garganta (paredões ou vertentes abruptas, em "v" encaixados).



Formas Isoladas: morrotes (declividades entre 3 e 25°), formados em litologia biotita-xisto; pontes naturais; cavernas; bancos de areia; áreas alagadiças; concavidades (formas "subsidentes" correspondentes a tetos de cavernas. Esporões.


Texto: Dra. Luciana Graci Rodela (Doutora em Geografia Física)



ESSA É A MELHOR TURMA DE GEOGRAFIA !!!!!
NUNCA SE VIU NADA IGUAL !!!
AMO D+...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

PARQUE IBITIPOCA

CLIMA E PLUVIOMETRIA





“araucária (...) nesta viagem comecei a rever esta árvore nas margens do Riacho Brumado, e encontrei perto da fazenda do Tanque e de Ibitipoca (...) a araucária funciona como uma espécie de termômetro.”Auguste de Saint Hilaire, 1822.







Em Ibitipoca, a influência do relevo sobre o clima é muito importante à altitude e a topografia são diferenciadas e sobressaem-se localmente em relação às áreas vizinhas, originando um clima singular. A distribuição geral das temperaturas e pluviosidade são muito influenciadas pelas altitudes e formas de relevo. Contrastam, numa área relativamente pequena, microclimas e topoclimas com variações consideráveis de umidade, calor, ventos e até mesmo chuva, influenciando na distribuição dos organismos.







Os microclimas são diversificados pela grande quantidade de paredões, vales em garganta, grutas, pontes naturais, pequenos adensamentos arbustivos ao longo dos cursos d’água ou em concavidades do relevo, exposição de vertentes (portanto várias faces de exposição à luz) e de variação das declividades, bem como pela variedade de adensamentos de vegetação. Há uma grande diferença no total de pluviosidade entre os arredores e o Parque, porém, dentro dele, as chuvas (assim como a umidade relativa do ar) se distribuem com relativa homogeneidade, se comparadas às áreas mais baixas (abaixo de aproximadamente 1.100m de altitude).





As diferenças de pluviosidade entre um topoclima e outro são suficientes para influenciar na distribuição dos organismos, se aliada às características físicas do ambiente (formas de relevo, propriedades e estruturas dos constituintes dos solos e litologia e estrutura da vegetação), pois a água essencial para todas as formas de vida. Constitui-se no fator mais importante para distribuição de umidade. Os conjuntos de vegetação da Serra do Ibitipoca, especialmente a partir de aproximadamente 1.600m, estão mais vulneráveis os fortes ventos, o que significa que esses locais se ressecam mais fácil ente, principalmente no inverno, quando os ventos são ainda mais velozes, e a pluviosidade diminui, contribuindo para o estresse hídrico dos solos.


O inverno apresenta períodos de seca, que duram, em média cinco dias, intercalados por cerca de um a três dias úmidos (com pluviosidade em média, nestes dias “úmidos” de 5mm/dia) Esses períodos de seca são suficientes para restringir o avanço das espécies de plantas e animais para as áreas que apresentem menor capacidade de retenção de água.










As estações de outono e primavera mantém uma média diária de chuvas por volta de 30 mm/dia, com geralmente, no máximo, dois dias de seca. Parece haver uma faixa de maior quantidade de precipitação pluviométrica nas áreas entre 1.300 e 1.500m de altitude (de mata e adensamento arbustivo), aproximadamente. Isso ocorre porque os ventos vindos de sul, sudoeste, mais continentais e frios, (e o principal vale, entre as duas cristas anticlinais, está voltado para o sul) formam correntes escendentes nas vertentes do vale do Rio do Salto, aumentando a nebulosidade.
As médias da umidade relativa do ar mantêm-se altas durante todo o ano e praticamente em todas as áreas do Parque, com pequenas diferenças de aproximadamente 5% a menos para os períodos mais frios e secos. Ocorre aumento da umidade relativa do ar através das nuvens formadas por orografia (ascensão do ar, ventos e formação de nebulosidade por influência da forma de relevo montanhoso) e, com isso, tempestades e chuvas isoladas e aumento da altura da pluviosidade mensal em cerca de 200mm com relação aos arredores da área do Parque. As temperaturas diminuem cerca de 0,5°C a cada 100m de altitude em direção aos altos nos períodos mais frios e secos, e cerca de 0,4°C nos períodos mais quentes e úmidos.


Texto: Dra. Luciana Graci Rodela (Doutora em Geografia Física)

PARQUE DO IBITIPOCA



VEGETAÇÃO




O tipo de vegetação endêmica Campos Rupestres, com diferentes graus com as adjacências regionais, constitui a maior extensão de vegetação Vanillosmopsis do Parque. Os campos rupestres, um dos maiores centros de biodiversidade e endemismos do Brasil, são agrupamentos de vegetação que refletem condições ecológicas diferentes das de vegetação regional, onde são encontrados endemismos específicos, indicando um isolamento antigo (RADAMBRASIL, 1983). A paisagem é fortemente influenciada pelas Velloziaceae ("canelas de ema"), Orquidaceae, Bromeliaceae, Eriocaulaceae ("sempre vivas"), Cactaceae e um gênero arbustivo dominante de Compositae: Vanillosmopsis, popularmente conhecida como candeia. As famílias melhor distribuídas, de modo geral, nos Campos Rupestres do Parque, são Gramineae, Compositae, Orchidaceae, Melastomataceae, Velloziaceae, Asclepiadaceae, Myrsinace ae, Polypodiaceae, Bromeliaceae, Rubiaceae, Euphorbiaceae, Eriocaulaceae e Ericaceae. Ocorrem campos graminosos em áreas de solos litólicos, mais rasos e com deficiência hídrica sazonal elevada (devido às características do solo e climáticas), e mais herbáceos em solos litólicos desenvolvidos em áreas concavizadas (cabeceiras de drenagem e tetos de grutas) ou em topos horizontalizados e alongados. Nestes últimos podem ocorrer pequenos arbustos esparsos ou em pequenos grupos com pouca diversidade de espécies em cada grupo. Além dos Campos Rupestres, o parque abriga uma área de mata ombrófila, conhecida como Mata Grande, contendo principalmente gêneros de Rubiaceae, Lauraceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae, Nyctaginaceae, Melastomataceae, Annonaceae, Palmae, Apopynaceae e Monimiaceae (M. A. L. FONTES, 1996).





O Parque apresenta uma sucessão fisionomias de vegetação que são controladas por diferentes fatores ambientais. Para cada tipo, um fator é mais determinante na distribuição que outro, mas no geral, o relevo e as potencialidades que suas formas oferecem para o desenvolvimento de solos e escassez hídrica, constituem-se nos fatores que mais controlam a distribuição da vegetação.






Adensamentos arbustivos e matas ciliares: As matas ciliares, em sua grande maioria e extensão, constituem adensamentos arbustivos que acompanham a distribuição dos solos mais espessos, em condições de vertente ou de terrenos concavizados. Esse subtipo de vegetação mostra-se úmido, com ação dos ventos reduzida, e com presença marcante e diversificada de bromélias, musgos, e nas bordas ou áreas menos sombreadas, muitos tipos de liquens. As famílias que mais caracterizam este subtipo de vegetação, distinguindo-o dos outros, estão representadas principalmente por Passifloraceae; Araceae; Gesneriaceae; Clusiaceae; Araliaceae; Polygonaceae; Anacardiaceae; Bignoniaceae; Liliaceae; Ochnaceae; Palmae; Monimiaceae e Annonaceae. As plantas da família Solanaceae são quase que exclusivas desse subtipo, ocorrendo somente nas outras áreas, em locais de transição. As características "matas de candeia" correspondem a adensamentos arbustivos, bem como às bordas da Mata Grande. São essencialmente constituídas por gêneros Vanillosmopsis: "candeia", "candeião", Compositae, mas também apresentam dentre as espécies arbustivas, muitos gêneros de Melastomataceae, Myrsinaceae, Rubiaceae e Labiatae.








Campos Arbustivos: Há algumas famílias que parecem ser exclusivas desse tipo de fisionomia (campos com arbustos). São as Malphiguiaceae, Fabaceae, Dicranaceae e Celastraceae. Os arbustos mais ocorrentes são as "candeias" e "candeiões"; e as "quaresmas" (Tibouchina, Melastomataceae); Maytenus, Celastraceae e Byrsonima, Malphiguiaceae. No Parque, geralmente estão entre 1300 a 1650m de altitude. Acima de 1500m de altitude os arbustos são muito isolados e muito menores, apesar de na transição ainda ocorrerem solos não muito rasos.







Texto: Dra. Luciana Graci Rodela (Doutora em Geografia Física)

TRABALHO DE CAMPO - PARQUE IBITIPOCA MG

APRENDENDO & CONHECENDO AS MARAVILHAS DE MINAS GERAIS...




Em 1715 já ascendia a dezenas os principais moradores da região de Ibitipoca, pagando onerosos tributos à Fazenda Real pela posse de extensas glebas, data minerais e 73 escravos, parte de processo colonizador – 310 oitavas e ¼ de ouro em pó, o que equivale a mais de 1000 gramas.Em 1755, foi decretada a proibição desse caminho. Deve-se aqui destacar que a região de Conceição de Ibitipoca e outros locais próximos se constituiu em rota de contrabando do ouro do século XVIII, através de um caminho que partia de São João Del Rei, passava por Santa Rita do Ibitipoca, pela localidade denominada Rancharia, por Conceição do Ibitipoca, pela área do Rio do Peixe (Lima Duarte), prosseguindo para Rio Preto e depois para Paraíba do Sul. Na primeira metade do século XVIII, esse caminho, após a região da Serra do Ibitipoca, se constituía em caminho clandestino por diversas veredas de desvio do ouro. Rancharia é uma localidade próxima a Conceição de Ibitipoca, localizada aproximadamente a seis quilômetros da sede do distrito. De Santa Rita do Ibitipoca havia também um ramal que ligava esse caminho a Barbacena, a qual se situava no caminho dos Bandeirantes até a região o Rio das Velhas e Ouro Preto, e passou a ser ligada ao Rio de Janeiro através do Caminho Novo das Minas Gerais.







Por volta de 1780 a ocupação na região de Ibitipoca e Lima Duarte estava circunscrita às regiões serranas e suas imediações. Mantinha-se ainda desconhecido e inexplorado o sertão da Mantiqueira Sul, nas áreas banhadas pelos rios do Peixe, Pirapetinga, Paraibuna e Preto – atuais municípios de Lima Duarte, Rio Preto, Bias Fortes, Santos Dumont, Bom Jardim e Juiz de Fora. Em Conceição de Ibitipoca nasceu o cônego Manoel Rodrigues da Costa, importante figura que veio a se destacar na Inconfidência Mineira e teve posteriormente grande atuação política nos tempos do Brasil-Nação. A sua fazenda, localizada no Caminho Novo era ponto de pousada e encontro de viajantes dentre os quais se incluía o Tiradentes. Motivo pelo qual o Padre quase foi enforcado. O padre Manoel Rodrigues da Costa foi ainda ardente promotor da independência do Brasil, sendo eleito deputado para Assembléia Constituinte de 1826. Recebia sempre grande apreço do imperador Dom Pedro I, que o condecorou com as Ordens de Cristo e do Cruzeiro, e com dignidade de cônego da Capela Imperial. Além de tudo isso, foi agricultor progressista. Saint Hilaire, em viagem científica a Minas Gerais, foi visitá-lo e relata que o padre lhe revelou que tinha trazido de Portugal máquinas próprias para tecer o linho e outros tecidos.


Na realidade o padre tentou introduzir a indústria de tecidos fabricando alguns tecidos de lã de ovelha e de linho que plantara nas terras dele. No século XIX acredita-se que não houve grandes modificações na realidade de Conceição do Ibitipoca. Com a continua ascensão do povoado do Rio do Peixe, acredita-se que Conceição do Ibitipoca foi perdendo expressão, tornando-se depois uma localidade remota, ficando relativamente esquecida. Deve-se destacar a criação da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Ibitipoca e a integração do distrito ao município de Lima Duarte, antigo arraial do Rio do Peixe. Embora sem grande expressão econômica ao longo da história de Minas, a região de Conceição do Ibitipoca atraiu cientistas e viajantes estrangeiros, pelas peculiaridades de sua paisagem e de sua flora. Em 1822 o cientista Saint Hilaire assim descreveu a localidade: (...) atravessamos primeiro a vila de Ibitipoca, que conhecia mal e julgava ainda mais insignificante do que realmente é. Fica, como já expliquei, situada numa colina e se compões de pequena igreja e meia dúzia de casas que a rodeiam, cuja maioria está abandonada, além de algumas outras, igualmente miseráveis, construídas na encosta da outra colina. Não estranha, pois, que inutilmente haja eu procurado, ontem, nesta pobre aldeia, os gêneros mais necessários à vida.





Em 1822, Saint Hilaire visitou a serra e fez coleta de vários espécimes botânicos, identificado logo as melastomáceas e outras espécies da flora local. Sobre os bosques da Araucária apontou a correspondência com outras áreas da Mantiqueira, desde a Borda do Campo até as regiões do sul do País, como Curitiba e Rio Grande do Sul, passando por certas áreas do Rio de Janeiro: ele já apontava para uma igualdade de temperatura entre esses diversos pontos, funcionando a Araucária como uma espécie de termômetro dessa situação. Esse grande botânico não se ocupou muito das furnas, mas se emocionou ao descrever os campos e as matas. "A vista dos belos campos que se apresentam hoje a meus olhos, não pude deixar de sentir verdadeiro aperto de coração pensando que logo os deixarei pra sempre. Todos estes dias vivi na mais penosa incerteza. Sinto muito bem que não posso ficar pare sempre no Brasil. Desejaria, porém, ao menos gozar, por mais tempo, do prazer de admirar este belo país." Visitaram também a serra e descreveram uma comissão científica em 1906 e o doutor Alvaro Astolfo da Silveira em 1922, além de outros cientistas em épocas posteriores. Na segunda metade do século XX o interesse pela Serra do Ibitipoca começou a aumentar, com alguns visitantes procedentes de municípios próximos que ali se dirigiam com a finalidade de fazer lazer, nos feriados e fins de semana. Em 4 de Julho de 1973 foi instituído próximo a Conceição do Ibitipoca o Parque Estadual do Ibitipoca, ao longo de toda a linha de cumeada da serra e vertentes próximas, com uma área de 1488 hectares. Após essa época a freqüência de visitantes ao parque e a sede do distrito tomou impulso, acelerando-se bastante nos últimos anos, caracterizando o turismo como atividade econômica de especial relevância no distrito. Acredita-se que esta seja a principal ação em termos de perspectiva para o futuro, e se for bem conduzida deve se constituir em uma forte e permanente atividade da vida do distrito.





Fonte: Plano Diretor de Conceição do Ibitipoca

Durante este trabalho de campo, abordamos assuntos como: recursos hídricos, vegetação, solo, relevo, fauna, flora...
Percorremos cerca de 12 km em caminhada num único dia e 10 km no outro, tudo isso munidos de energia, garra e sede de conhecimento.
Foi otimo, espetacular, lindo... esse momento.
VALEU APENA... VALEU APENA!!!

Trabalho de campo realizado como requisito da disciplina de Pedologia, ministrada pelo professor Fábio Soares, entre os dias 1, 2 e 3 de dezembro de 2010.