segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

TRABALHO DE CAMPO - PARQUE IBITIPOCA MG

APRENDENDO & CONHECENDO AS MARAVILHAS DE MINAS GERAIS...




Em 1715 já ascendia a dezenas os principais moradores da região de Ibitipoca, pagando onerosos tributos à Fazenda Real pela posse de extensas glebas, data minerais e 73 escravos, parte de processo colonizador – 310 oitavas e ¼ de ouro em pó, o que equivale a mais de 1000 gramas.Em 1755, foi decretada a proibição desse caminho. Deve-se aqui destacar que a região de Conceição de Ibitipoca e outros locais próximos se constituiu em rota de contrabando do ouro do século XVIII, através de um caminho que partia de São João Del Rei, passava por Santa Rita do Ibitipoca, pela localidade denominada Rancharia, por Conceição do Ibitipoca, pela área do Rio do Peixe (Lima Duarte), prosseguindo para Rio Preto e depois para Paraíba do Sul. Na primeira metade do século XVIII, esse caminho, após a região da Serra do Ibitipoca, se constituía em caminho clandestino por diversas veredas de desvio do ouro. Rancharia é uma localidade próxima a Conceição de Ibitipoca, localizada aproximadamente a seis quilômetros da sede do distrito. De Santa Rita do Ibitipoca havia também um ramal que ligava esse caminho a Barbacena, a qual se situava no caminho dos Bandeirantes até a região o Rio das Velhas e Ouro Preto, e passou a ser ligada ao Rio de Janeiro através do Caminho Novo das Minas Gerais.







Por volta de 1780 a ocupação na região de Ibitipoca e Lima Duarte estava circunscrita às regiões serranas e suas imediações. Mantinha-se ainda desconhecido e inexplorado o sertão da Mantiqueira Sul, nas áreas banhadas pelos rios do Peixe, Pirapetinga, Paraibuna e Preto – atuais municípios de Lima Duarte, Rio Preto, Bias Fortes, Santos Dumont, Bom Jardim e Juiz de Fora. Em Conceição de Ibitipoca nasceu o cônego Manoel Rodrigues da Costa, importante figura que veio a se destacar na Inconfidência Mineira e teve posteriormente grande atuação política nos tempos do Brasil-Nação. A sua fazenda, localizada no Caminho Novo era ponto de pousada e encontro de viajantes dentre os quais se incluía o Tiradentes. Motivo pelo qual o Padre quase foi enforcado. O padre Manoel Rodrigues da Costa foi ainda ardente promotor da independência do Brasil, sendo eleito deputado para Assembléia Constituinte de 1826. Recebia sempre grande apreço do imperador Dom Pedro I, que o condecorou com as Ordens de Cristo e do Cruzeiro, e com dignidade de cônego da Capela Imperial. Além de tudo isso, foi agricultor progressista. Saint Hilaire, em viagem científica a Minas Gerais, foi visitá-lo e relata que o padre lhe revelou que tinha trazido de Portugal máquinas próprias para tecer o linho e outros tecidos.


Na realidade o padre tentou introduzir a indústria de tecidos fabricando alguns tecidos de lã de ovelha e de linho que plantara nas terras dele. No século XIX acredita-se que não houve grandes modificações na realidade de Conceição do Ibitipoca. Com a continua ascensão do povoado do Rio do Peixe, acredita-se que Conceição do Ibitipoca foi perdendo expressão, tornando-se depois uma localidade remota, ficando relativamente esquecida. Deve-se destacar a criação da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Ibitipoca e a integração do distrito ao município de Lima Duarte, antigo arraial do Rio do Peixe. Embora sem grande expressão econômica ao longo da história de Minas, a região de Conceição do Ibitipoca atraiu cientistas e viajantes estrangeiros, pelas peculiaridades de sua paisagem e de sua flora. Em 1822 o cientista Saint Hilaire assim descreveu a localidade: (...) atravessamos primeiro a vila de Ibitipoca, que conhecia mal e julgava ainda mais insignificante do que realmente é. Fica, como já expliquei, situada numa colina e se compões de pequena igreja e meia dúzia de casas que a rodeiam, cuja maioria está abandonada, além de algumas outras, igualmente miseráveis, construídas na encosta da outra colina. Não estranha, pois, que inutilmente haja eu procurado, ontem, nesta pobre aldeia, os gêneros mais necessários à vida.





Em 1822, Saint Hilaire visitou a serra e fez coleta de vários espécimes botânicos, identificado logo as melastomáceas e outras espécies da flora local. Sobre os bosques da Araucária apontou a correspondência com outras áreas da Mantiqueira, desde a Borda do Campo até as regiões do sul do País, como Curitiba e Rio Grande do Sul, passando por certas áreas do Rio de Janeiro: ele já apontava para uma igualdade de temperatura entre esses diversos pontos, funcionando a Araucária como uma espécie de termômetro dessa situação. Esse grande botânico não se ocupou muito das furnas, mas se emocionou ao descrever os campos e as matas. "A vista dos belos campos que se apresentam hoje a meus olhos, não pude deixar de sentir verdadeiro aperto de coração pensando que logo os deixarei pra sempre. Todos estes dias vivi na mais penosa incerteza. Sinto muito bem que não posso ficar pare sempre no Brasil. Desejaria, porém, ao menos gozar, por mais tempo, do prazer de admirar este belo país." Visitaram também a serra e descreveram uma comissão científica em 1906 e o doutor Alvaro Astolfo da Silveira em 1922, além de outros cientistas em épocas posteriores. Na segunda metade do século XX o interesse pela Serra do Ibitipoca começou a aumentar, com alguns visitantes procedentes de municípios próximos que ali se dirigiam com a finalidade de fazer lazer, nos feriados e fins de semana. Em 4 de Julho de 1973 foi instituído próximo a Conceição do Ibitipoca o Parque Estadual do Ibitipoca, ao longo de toda a linha de cumeada da serra e vertentes próximas, com uma área de 1488 hectares. Após essa época a freqüência de visitantes ao parque e a sede do distrito tomou impulso, acelerando-se bastante nos últimos anos, caracterizando o turismo como atividade econômica de especial relevância no distrito. Acredita-se que esta seja a principal ação em termos de perspectiva para o futuro, e se for bem conduzida deve se constituir em uma forte e permanente atividade da vida do distrito.





Fonte: Plano Diretor de Conceição do Ibitipoca

Durante este trabalho de campo, abordamos assuntos como: recursos hídricos, vegetação, solo, relevo, fauna, flora...
Percorremos cerca de 12 km em caminhada num único dia e 10 km no outro, tudo isso munidos de energia, garra e sede de conhecimento.
Foi otimo, espetacular, lindo... esse momento.
VALEU APENA... VALEU APENA!!!

Trabalho de campo realizado como requisito da disciplina de Pedologia, ministrada pelo professor Fábio Soares, entre os dias 1, 2 e 3 de dezembro de 2010.

























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