domingo, 31 de julho de 2011

Bela e profunda mensagem de D. Pedro Casaldáliga, pela Romaria dos Mártires!

 
Transcrição livre da mensagem de dom Pedro Casaldáliga ao final da celebração de 17 de julho de 2011, na Romaria dos Mártires da Caminhada, cidade de Ribeirão Cascalheira, MT, Prelazia de São Félix do Araguaia.
 
“Possivelmente seja essa, para mim, a última romaria pé no chão. A outra já seria contando estrelas no seio do Pai. De todo modo, seja a última seja a penúltima, eu quero dar uns conselhos. Velho caduco tem direito de dar conselhos... E a memória dos mártires, o sangue dos mártires, mais do que um conselho, [é] compromisso que conjuntamente assumimos, ou reassumimos

São Paulo, depois de tantos dogmas que anuncia, tantas brigas teológicas, tantas intrigas por cultura, dá um conselho único: ‘o que eu peço de vocês [é] que não esqueçam dos pobres; o que eu peço de vocês [é] que não esqueçam a opção pelos pobres, essencial ao Evangelho, à Igreja de Jesus’. A opção pelos pobres. 

E esses pobres se concretizam nos povos indígenas, no povo negro, na mulher marginalizada, nos sem-terra, nos prisioneiros..., nos muitos filhos e filhas de Deus proibidos de viver com dignidade e com liberdade.
 
Eu peço também para vocês que não esqueçam do sangue dos mártires. Tem gente, na própria Igreja, que acha que chega de falar de mártires. O dia que chegar de falar de mártires deveríamos apagar o Novo Testamento, fechar o rosto de Jesus. 

Assumam a Romaria dos Mártires, multipliquem a Romaria dos Mártires, sempre, recordemos bem, assumindo as causas dos mártires. Pelas causas pelas quais morreram, nós vamos dedicar, vamos doar, e se for preciso morrer, a nossa própria vida também... 

E ainda uma palavra: há muita amargura, há muita decepção, há muito cansaço... Isso é heresia! Isso é pecado! Nós somos o povo da esperança, o povo da Páscoa. O outro mundo possível somos nós! A outra Igreja possível somos nós! Devemos fazer questão de vivermos todos cutucando, agitando, comprometendo. Como se cada um de nós fosse uma célula-mãe espalhando vida, provocando vida. 

A Igreja da libertação está viva ressuscitada porque é a Igreja de Jesus. A teologia da libertação, a espiritualidade da libertação, a liturgia da libertação, a vida eclesial da libertação não é nada de fora, é algo mui de dentro, do próprio mistério pascal, que é o mistério da vida de Jesus, que é o mistério das nossas vidas. 

Para todos vocês, todas vocês, um abraço imenso, de muito carinho, de muita ternura, de um grito de esperança, esse cantar viva a esperança que seja uma razão... Podem nos tirar tudo, menos a via da esperança. 

Vamos repetir: 

‘Podem nos tirar tudo, menos a via da esperança!’

Um grande abraço para vocês, para as suas comunidades, e a caminhada continua! 

Amém, Axé, Awere, Saúde, Aleluia!”


 

Dom Pedro Casaldáliga: um exemplo de vida...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Romaria dos Mártires da Caminhada 2011: Ribeirão Cascalheira - MT

“Não é uma festividade, não é um show. 
É uma memória martirial”,
 (Dom Pedro Casaldáliga)


"O sangue do mártir derramado retorna a nossa veia e nos fortalece na missão, de defender e gerar vida."



"Quem luta, não morre de braços cruzados". 




Estar na Romaria dos Mártires da Caminhada na Prelazia de São Félix do Araguaia , em Ribeirão Cascalheira no Estado do Mato Grosso é reviver em tempo real a verdadeira história do nosso povo brasileiro.




Os Mártires da Caminhada  foram pessoas que em vida buscaram incessantemente a construção do mundo justo, defendo com muito ardor a VIDA, sobretudo dos mais empobrecidos, sendo o índio, a mulher, o jovem, o negro, os sem terra, dentre outros... Pessoas que entregaram sua vida pela causa e derramaram seu sangue pela justiça e pela libertação do povo. Pessoas que são exemplo de vida, de dignidade e de luta.


Essa Romaria é organizada desde 1986 para celebrar a memória dos mártires, em especial a do padre João Bosco Burnier. Em 1976, ao tentar fazer com que policiais militares dessem fim a uma sessão de tortura contra duas mulheres da comunidade, acabou assassinado.



Os povos indígenas, junto em defesa da vida...


"Talvez isso quer dizer AMOR, estrada de fazer o SONHO acontecer..."


Encontrar e/ou Reecontrar amig@s e companheir@s de caminhada nestes espaços, é sempre muito animador. Pois temos a certeza da nosso luta coletiva em defesa da vida, neste caso falando de forma muito especial da juventude pejoteira de todo o nosso  Brasil, que com seu dinamismo, ardor missionário e amor a causa estiveram presente de forma muita intensa e expressiva.





Assim, é importante ressaltar que essa caminhada contou com a participação efetiva de 5 mil pessoas, sendo a maior parte brasileir@s militantes em defesa da vida, e também registraram a presença de pessoas de outros países da América Latina e da Europa.




Outras coisa que me chamou a atenção, foi  a presença de Dom Pedro Casadáliga, mesmo com algumas delimitações referente a saúde, se fez presente na luta, debaixo de sol, pois este é um exemplo de um Cristo libertação no meio do povo, pois é exemplo vivo de opção pelo pobres, este que fez e faz de sua vida, vida doada pela cauda, vida pela vida, vida pelo reino, sendo chamado pelo povo de Pedro, amigo, companheiro, cumpadre e irmão. DOM PEDRO, PRESENÇA DO DEUS VIVO NA COMUNIDADE.




"É VIDA QUE AMAMOS & BUSCAMOS"...