domingo, 27 de fevereiro de 2011

A JUVENTUDE QUER VIVER

SOMOS JOVENS... QUE SONHAMOS ...

QUE AMAMOS...

QUE LUTAMOS...

QUE DEFENDEMOS

A VIDA...

QUE SOFREMOS...

QUE GRITAMOS JUNTOS...

CHEGA DE VIOLÊNCIA E EXTERMÍNIO DE JOVENS!

SOMOS PASTORAL DA JUVENTUDE!

“O MEU DESEJO É A VIDA DO MEU POVO.” (Es 3, 7)

PARA COMEÇO DE CONVERSA...

As Pastorais da Juventude de todo o Brasil iluminadas pelo Evangelho estão unidas construindo um novo mundo possível, alicerçados na proposta de Jesus Cristo.

O Jovem Jesus, exemplo de protagonismo, lutou e defendeu a vida de seu povo, e através da sagrada escritura nos orienta à sermos sinais de vida em meio a tanto sinais de morte, presentes em nosso dia a dia. Jesus nos convoca a assumir a missão de sermos presenças atuantes na sociedade, agindo como promotores, geradores e defensores da VIDA, em especial da juventude.

Sermos operários na construção de uma sociedade justa, fraterna onde reine a PAZ não é uma tarefa fácil, é como navegar num pequeno barco em dias de grandes tempestades, é como dirigir na contra mão em grandes rodovias, é como ser negro, pobre e morar nas periferias.

Construir a civilização do amor é correr riscos, é acreditar fielmente num outro mundo possível. Defender a vida, é assumir o anúncio, é afirmar a fé encarnada em Jesus Cristo, é ser Jovem Protagonista, é amar o Jesus Ressuscitado na pessoa de cada jovem, indiferente da sua classe, etnia, raça, orientação sexual, gênero, seja ele do campo ou cidade, da periferia ou dos bairros nobres. TODOS TEMOS DIREITO A VIDA.

É PRECISO TRABALHAR...

A Campanha Nacional Contra Violência e Extermínio de Jovens nasce a partir da constatação que no Brasil a violência juvenil está em ascensão e evidencias indicam que a violência tem raça, classe social e endereço estabelecidos. Essa campanha converge gritos de todos os cantos desta terra, manchada por sangue juvenil.

“A violência [...] longe de ser um tema teórico, de uma maneira assustadoramente concreta, entra pelas casas e corpos, ameaça a vida em todas as dimensões e vai deixando, por onde passa, um rastro de morte e destruição.” [1] (M. Cl. L. Bingemer)

Face a uma realidade de violência que mata, marginaliza e exclui uma expressiva parcela de jovens brasileiros, é necessário fazer acontecer essa campanha nas nossas comunidades eclesiais, bem como nas nossas cidades, onde atuamos como grupos de base da Pastoral da Juventude, numa percepção que o reino de Deus , reino de vida e justiça é de todos e para todos.

Queremos convocar todos os segmentos da Igreja, Movimentos Sociais, Sociedade Civil e Poder Público para juntos lutarmos em defesa da vida e contra qualquer tipo de violência, no sentido de garantir o direito dos jovens a vida digna e ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades.

É preciso levar a sociedade a uma reflexão aprofundada sobre violência juvenil, suas causas e conseqüências, contrapondo a realidade nacional com a realidade local, salientando os mais diversos tipos de violência que os jovens são constantemente submetidos.

Podemos destacar algumas:


v Violência Cultural

v Violência Política

v Violência Policial

v Violência no Trânsito

v Violência Racial

v Violência de Gênero

v Violência Econômica

v Violência Midiática

v Violência na Escola

v Etc...

A população precisa conhecer a realidade para sensibilizar-se e perceber que a violência, pode morar ao lado, bem como estar presente na própria casa. Infelizmente, perceber que ela está nos mais diversos espaços pelos quais transitamos e fixamos todos os dias.

“Um olhar mais profundo sobre as causas da violência atinge as dimensões sociais e civilizatórias. Críticos mais contundentes não se acanham de denunciar uma decomposição da civilização, dos valores, do sentido da existência. A instância econômica é uma das geradoras de tal decadência. E nela denunciam os dois extremos desestruturantes da vida humana. Por um lado, a carência de bens materiais fundamentais para a sobrevivência, por causa do modelo de desenvolvimento em vigor. Para as vítimas do sistema, a fome, a miséria produzem efeitos devastadores para toda a vida.”[2] (J. B. LIBANIO, 2004).

Como já havíamos falado, a violência tem como principal vítima a pessoa do jovem, como aponta a pesquisa – Mapa de Violência 2011: Os jovens no Brasil - traz como dado quantitativo que : duas em cada três mortes de cunho violento se concentra na fase juvenil, seja ela homicídio, suicídio ou acidente de transporte.

Durkheim[3](1996), em fins do século passado, escreveu um tratado sobre o tema do suicídio no qual ressaltava que as taxas de suicídio representam um excelente indicador da situação social, e que seus movimentos se encontram fortemente relacionados a problemas gerais que afetam a conjuntura social. Entendia ele que a sociedade não é simplesmente o produto da ação e da consciência individual. Pelo contrário, as maneiras coletivas de agir e de pensar resultam de uma realidade exterior aos indivíduos que, em cada momento, a elas se conformam. O tratamento do crime, da violência e do suicídio como fato social permitir-lhe-ia reabilitar cientificamente esses fenômenos e demonstrar que a prática de um crime depende não tanto do indivíduo, senão das diversas formas de coesão e de solidariedade social. Sendo assim há indicativos que as diversas formas de violência configuram “tendências” que encontram sua explicação nas situações sociais, políticas e econômicas que o país atravessa. (DURKHEIM, 1996) e (Mapa de Violência 2011 – Os jovens no Brasil).

A partir da tabela abaixo podemos olhar para a realidade do Regional Leste 2 (região pastoral da CNBB composta pelos Estados de Minas e Espírito Santo) , os dados estatísticos apontam que 76,7% da mortalidade juvenil no estado do Espírito Santo foram conseqüências de algum tipo de violência e em Minas Gerais esse mesmo dado revela que a mortalidade juvenil de forma violenta atinge 63%.

Estrutura da Mortalidade: Participação (%) das Diversas Causas.

Por UF e Região. População Jovem. Brasil 2008[4]

Morte

Estado

Natural

Externa

Total

Homicídios

Suicídios

Acidentes

transporte

Mortes violentas

Espírito Santo

16,8

83,2

100

57,7

1,3

17,7

76,7

Minas Gerais

27,5

72,5

100

36,0

4,6

22,4

63,0

Fonte: SIM/SVS/MS

Estrutura da Mortalidade: Participação (%) das Diversas Causas.

Por UF e Região. População Não Jovem. Brasil 2008[5]

Morte

Estado

Natural

Externa

Total

Homicídios

Suicídios

Acidentes

transporte

Mortes violentas

Espírito Santo

84,8

15,2

100

3,9

0,1

1,2

5,2

Minas Gerais

91,3

8,7

100

1,4

0,2

0,9

2,4


Fonte: SIM/SVS/MS

Ao comparar os dados estatísticos da mortalidade da população jovem e não jovem no Regional Leste 2, fica evidente a importância e a necessidade de uma campanha eficiente contra violência e extermínio de jovens.

JUVENTUDE ORGANIZADA NA LUTA PELA VIDA...

Assim como a PJ é constituída através das redes dos grupos de jovens, os quais são espaços de estímulo a formação integral da pessoa humana. Motivados pela nossa metodologia e mística, neste momento histórico somos chamados a “avançar para águas mais profundas” buscando ampliar e estabelecer novas redes visando a concretização efetiva da campanha contra violência e extermínio de jovens.

Precisamos levar nosso ardor missionário, nosso grito por vida alimentados pela fé de Jesus, para além da nossa casa (igreja). Necessitamos romper as barreiras, afinal ir ao encontro do diferente faz parte da construção da civilização do amor.

Nossas iniciativas se pautam no direito e na vida da juventude.

Projeto a Juventude Quer Viver – Regional Leste 2

Texto: Bruna Monalisa Ramalho Gomes

25/02/2011

[1] Texto extraído do livro: Jovens em tempo de pós-modernidade – considerações socioculturais e pastorais. J.B LIBANIO. 2004. p.77

[2] Texto extraído do livro: Jovens em tempo de pós-modernidade – considerações socioculturais e pastorais. J.B LIBANIO. 2004. p.85

[3] DURKHEIM, E. O suicídio: estudo sociológico. Lisboa: Presença, 1996.

[4] Dados extraídos da tabela: Estrutura da Mortalidade: Participação (%) das Diversas Causas. Por UF e Região

População Jovem e não jovem no Brasil, 2008. – Mapa de Violência 2011: Os jovens do Brasil. p.20.

[5] Dados extraídos da tabela: Estrutura da Mortalidade: Participação (%) das Diversas Causas. Por UF e Região

População Jovem e não jovem no Brasil, 2008. – Mapa de Violência 2011: Os jovens do Brasil. p.20.

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