terça-feira, 19 de março de 2013

Jesus se perdeu no Templo! E hoje onde as pessoas se perdem?




Jesus com apenas 12 anos de idade já demonstra ousadia e sabedoria sem perder a inocência de ser criança. Agindo com tranquilidade mesmo distante de seus pais.
Porém, a atitude de Jesus causou medo e aflição em seus pais, que se culparam em ter perdido o seu próprio filho. Uma criança em meio a multidão e uma dor maior tocava seu coração pois só sentiram a falta de Jesus dias depois.

A procura de Maria e José por Jesus foi dura, pois não sabiam onde realmente poderia encontra-lo, pois o que faria uma criança no templo? Mas Jesus tinha uma missão a ser cumprida desde seu nascimento.

Maria e José procuraram por Jesus desesperadamente, como qualquer pai e mãe que perde um filho. Mas nem todos os pais de sorte deles, de encontrar seu filho vivo, em um lugar que gera vida, sentado em meio aos doutores, ensinando e aprendendo, causando até mesmo espanto por ser tão jovem e tão inteligente, poucos pais que perdem seus filhos o encontram bem, o encontro num lugar semelhante ao templo.  Mesmo assim,  José e Maria, questionam Jesus  e chamam sua atenção pela sua atitude, a qual fez o coração, sobre tudo de sua mãe sofrer a dor de uma possível perda.

Mas em nossa realidade os indivíduos tem-se perdido em diversos lugares e em diversos aspectos, e muitos são encontrados com graves sinais de morte.

As famílias: Hoje as famílias se perdem por falta de diálogo.
O mal uso dos meios de comunicação, as longas jornadas de trabalho, o desejo de acumular capital numa atitude de adesão por servir essa estrutura capitalista de sociedade que temos, maximiza o consumismo e minimiza as relações, pois a maior parte do tempo dedicamos ao ato de criar meios que nos proporcione a consumir mais. E neste contexto perdemos ligações afetivas no seio familiar. Muitas famílias perderam o hábito de se reunir em volta da mesa para efetuar as refeições, aproveitando deste momento para partilhar a vida, que seja apenas uma hora diária, é uma hora que faz a diferença na vida de cada membro da família. Não se reunem em volta da mesa, mas si reúnem em frente a televisão, por muitas vezes sintonizados em programadas que nada tem a acrescentar de bom a família, ora se não potencializar intervenções destrutivas, pois muitos de nós acompanhamos novelas, futebol dentre outros programas, mas não acompanhamos o vida e o desenvolvimento da própria família. E assim, os laços vão se perdendo, as pessoas vão se distanciando e as relações se tornam líquidas, sem sentido vital. E quando percebemos , já perdemos o bem maior da família os amor, o cuidado e o respeito.

Maria hoje sofre por ver famílias perder seus laços afetivos, num contexto que prioriza o acumulo de capital e fortalece o individualismo.

Os jovens: Os jovens se perdem em meio a tantas oportunidades, mas muitos ao longo do processo de escolha já perdeu as referencias positivas, como por exemplo familiar. E acabam seguindo um caminho que o leva ao sofrimento. Sendo encontrados jogados, feridos e maltratados  no campo e na cidade marchando de sangue nosso solo.

Muitos jovens estão se perdendo no universo insano oferecido pelas diversas drogas sejam licítas ou ilícitas, são vidas e mais vidas sendo ceifadas a cada dia.
O alcoolismo atinge cada vez mais cedo a juventude! Não são raras as vezes que nos deparamos com crianças e adolescentes  fazendo o uso de bebidas alcoólicas, frequentando lugares que não condizem com sua faixa etária. Infelizmente muitos pais tem conhecimento dessa realidade e não fazem nada! Pois estão ocupados com outros afazeres. Não há tempo para perder conversando com seu filho, mas um dia encontrará tempo para buscá-lo caído na rua, bêbado e machucado. 

Maria sofre pelas crianças, adolescentes e jovens que  perdem suas vidas através do uso abusivo do álcool.

As estatíticas afirmam que a cada dia aumentam os  índices de usuários, de maconha, crack, cocaína dentre outras drogas que  trazem sensações de euforia e geram morte.
Quantas famílias já foram destruídas pela dependência causada por esses elementos.
Quantos Pais e Mães perdem noites e noites de sono, procurando seus filhos nos diversos cantos, onde se concentram grupos de dependentes químicos que não vislumbram outras possibilidades de vida.  São muitos e muitos pais que convivem com o medo de um dia qualquer encontrar seu filho morto em alguma viela.

Maria sofre por ver vidas sendo perdidas em detrimento do uso de drogas.

Hoje,  basta abrimos a janela de nossa casa, para identificarmos crianças e jovens servindo como aviãzinho para o tráfico.
Pois cidadão que não tem acompanhamento e cuidado, se tornam presas fáceis para servir aos malfeitores deste tempo. Nossas crianças e jovens  tem sido facilmente encantadas e iludidas a pertencer um  mundo colorido, onde se pode tudo, onde não há impunidade, onde se conquista bens materiais, desejado por muitos e impostos pela mídia, mas é neste mundo de fantasia que muitas crianças e jovens acreditam ser ouvidas! Mas este mundo na verdade não existe.  É uma realidade de exploração, ilusão e extermínio de vidas. Em muitos casos as crianças perderam a referencia de um bom homem e uma boa mulher, e passam a se espelhar nos “doutores” da morte com máscaras de super heróis.

Maria sofre pelas vidas que são exterminadas pelos mal feitores deste tempo.

Maria sofre ao ver este Estado, que perdeu sua essência de trabalhar em serviço da nação!
Onde a educação seja emancipadora e igualitária!
Todos nós temos consciência de que as classes populares tem acesso a uma educação deficiente e alienadora.
Porque o nosso Estado não é para todos, ele tem um Dono. Que manda e desmanda! Que defende os poderosos!
O atual modelo de educação tem formado gradativamente analfabetos funcionais, para que se possa manter uma população omissa, medrosa, carente e dependente. Mas isso só é possível porque aceitamos ser analfabetos políticos!
Como já dizia o profeta Isaias: “O povo sofre por falta de conhecimento”, e a falta de conhecimento gera morte.
Precisamos acordar povo de Deus! E Entender que o estado não deseja estabelecer uma educação que seja libertadora, pois um povo consciente jamais seria objeto de manobra como somos em larga escala hoje.

Maria sofre por ver seu povo perder seus direitos de viver de maneira digna!
Maria sofre por ver seu povo viver numa sociedade de uma falsa democracia!

Maria sofre ao identificar que a juventude negra, pobre, favelada são vitimas de preconceito racial e social e lotam o sistema carcerário em nosso país. Um sistema que não educa e vem funcionado como escola para o crime. Onde a lei tem 2 pesos e 2 medidas.

Maria sofre ao associar que vidas são frequentemente perdidas em decorrência da nossa omissão e desarticulação.
Maria sofre por entender que a opção da maioria é edificar uma sociedade do viver bem, que desqualifica as relações afetivas humanitárias e não contribui para a construção da civilização do amor.

Maria sofre porque a sua dor é a mesma dor de uma camada considerável da população.
Maria sofre por ver espadas sendo transpassada no coração de muitos homens e mulheres diariamente, mas por nossa culpa que deixamos perder o amor e o respeito em detrimento do individualismo e o desejo de consumir.
Nossas atitudes e nosso medo de denunciar geram morte!
A nossa mão que não se estende ao próximo porque não temos tempo de ajudar e ouvir faz com que as pessoas percam suas vidas numa trajetória árdua e solitária.

Desta forma, raras são as famílias que terão a sorte de encontrar seus entes perdidos em espaços de geração e promoção de vida, como no caso de Maria e José que encontram Jesus perdido no Templo.

Texto: Bruna Monalisa
Março/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário